Os benefícios da caminhada são há muito conhecidos. Caminhadas em Lisboa, ao longo das agradáveis avenidas da Expo são frequente, efectivamente diárias, por uma multitude de pessoas à procura de forma física e saúde, mas grupos de caminhada existem um pouco por todo o país, organizando caminhadas cá dentro ou pela Europa, por exemplo ao longo do famoso Caminho de Santiago. Entre os benefícios mais conhecidos, estão a redução dos riscos doenças coronárias, colesterol ou pressão sanguínea, facilitando também o emagrecimento, e prevenção do cancro no cólon.
Caminhar sempre foi por isso mesmo uma actividade física pouco agressiva e altamente benéfica para a saúde física, mas agora os benefícios da caminhada atingiram um novo nível, o cerebral!
Caminhar combate o envelhecimento do cérebro.
Investigadores descobriram recentemente que um dos benefícios da caminhada é o aumento do tamanho do hipocampo, a zona do cérebro responsável pela memória, desde que a caminhada seja enérgica e pelo menos três vezes por semana.
O estudo dirigido pelo Dr. Kirk Erickson, da Universidade de Pittsburgh, foi levado a cabo com um grupo de 120 homens com idades compreendias entre os 55 e os 80 anos, que fizeram caminhadas enérgicas de 40 minutos, três vezes por semana.
Os efeitos foram efectivamente surpreendentes, já que ao fim de um ano desta rotina, o cérebro dos participantes aumentara cerca de 2% no seu volume em áreas chave como o hipocampo, contrariando a tendência natural de encolhimento cerebral que surge com a idade. Este aumento será equivalente a um retrocesso de dois anos no envelhecimento do cérebro.
O anúncio foi feito durante a conferência anual da Association for the Advancement of Science”s (ou Associação para o Avanço da Ciência), realizada em Chicago. Erickson declarou igualmente que o cérebro permanece modificável durante a vida adulta, mas o problema é o decréscimo da nossa capacidade cognitiva com o avançar da idade.
Embora esta descoberta não seja uma solução incontornável para o combate de doenças cerebrais degenerativas, parece ser uma arma na luta conta doenças como Alzheimer, já que é precisamente o hipocampo a zona mais atacada pela condição. Ora, se através da prática de exercício físico for possível inverter ou travar por algum tempo a diminuição do tamanho do cérebro, o avanço desta e de outras doenças pode ser menos marcante e acelerado.
Caminhar pode por isso ser um aliado valioso no atraso da demência.
Caminhar faz bem a corpo e mente.
Esta não é a primeira vez que conclusões semelhantes são obtidas. De um modo geral, o exercício físico parece ter efeitos positivos no atraso da demência, em particular se em conjunto com a socialização. Na mesma conferência, John Cacioppo fez uma intervenção relativa aos seus próprios estudos, realizados já em 2010 onde relacionou a vida sedentária à solidão.
Por outras palavras, a solidão na velhice potencia a ausência de actividade física, contribuindo para o declínio mais acelerado da saúde e capacidade cerebral.
Numa sociedade crescentemente sedentária, os benefícios da caminhada são cada vez mais notórios e incontornáveis. Se precisa de um argumento para se levantar e caminhar, este pode bem ser o melhor de todos, agora que a Primavera se aproxima e já não haverão desculpas para ficar em casa protegido do frio!
Não se esqueça no entanto de que nem todas as caminhadas são saudáveis: caminhar correctamente é essencial.
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