A importância dos fornos a lenha comunitários
Será que a tradição ainda é o que era quando se fala de fornos a lenha comunitários? A verdade é que estes aparelhos estão a perder a sua relevância cultural, económica e social, em comparação com o que se sucedia em épocas anteriores.
O pão era o protagonista destes fornos a lenha comunitários. Para além de existirem em inúmeras variedades, devido, sobretudo, à sua respectiva matéria-prima, tipo de fermentação e processo de fabrico, estes alimentos também se destacam pelos seus diferentes formatos, uma multiplicidade que acontece, graças, precisamente, aos fornos a lenha comunitários. Afinal de contas, cada pessoa ou cada família fabricava a sua massa (com uma configuração própria) que, de seguida, seria cozida nesses equipamentos. Aliás, era essencial que cada um dos pães tivesse características singulares, visto que os fornos a lenha comunitários abrangiam – de uma única vez – uma série de massas.
Para assegurar a correcta cozedura, existia um trabalhador – designado de «forneiro» – que, para além de aquecer os fornos a lenha comunitários, cuidava da lenha, colocava o pão e ainda acompanhava todo o processo. No final, o forneiro era pago com um bocado desse alimento: a esse tipo de remuneração dava-se o nome de «poia». Felizmente para esse funcionário, várias pessoas (ou famílias) coziam os seus pães, ao longo de um único dia, marcando a sua vez.
Quais são as principais vantagens dos fornos a lenha? 
Tal como já foi referido, os fornos a lenha comunitários encontram-se cada vez mais em extinção. Realmente, nos dias de hoje, os fãs de um pão bem cozido (ou de uma carne muitíssimo bem assada, por exemplo) optam por preparar estes alimentos em casa.
Sem dúvida que a comida caseira ganha um outro sabor, graças aos fornos a lenha. É que este tipo de equipamentos tem a capacidade de conservar de forma mais consistente o gosto dos alimentos, em comparação com os aparelhos a gás.
De resto, os fornos a lenha são extremamente ecológicos, uma vez que a madeira é uma matéria-prima renovável, para além de produzir um baixo índice de poluentes. Por outro lado, há ainda a hipótese de as cinzas serem utilizadas como um adubo para o fabrico dessa mesma madeira – a base do fenómeno da reciclagem e de um ciclo de sustentabilidade bastante eficiente.
«Poupança» é outra palavra-chave dos fornos a lenha, que têm custos de manutenção mais baixos: além de os aparelhos ficarem quentes durante mais tempo, a lenha é barata.
Deve-se recordar que o gás não tem estas qualidades e até conta com algumas desvantagens, visto que não só é um combustível mais caro, mas também não é renovável.
Fonte: Câmara Municipal de Mirandela
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