Desde a sua criação, a televisão estabeleceu-se como um forte meio de comunicação social, tendo sido substituído maioritariamente pelas redes socias nos dias de hoje. Visto que vivemos numa era digital, a televisão ainda tem o seu uso mas não como antigamente. Este eletrodoméstico, criado pela mão do Homem, revolucionou os momentos de lazer ou o próprio ambiente familiar nos nossos lares. Porém, esta “caixa” tem os seus dissabores e embora proporcione bons momentos, o seu uso sem controlo traz consequências.
A televisão é, sem dúvida alguma, um meio de comunicação que contribui para uma coesão social global. Todos se interligam quando uma tragédia ou uma boa notícia nos é apresentada. Faz mover as massas e todos participam como um todo. Isto, com certeza, é um aspecto positivo. Lembro-me, por exemplo, quando aconteceu a tragédia do 11 de Setembro ou a transmissão de imagens do furacão Katrina. Como alguns disseram na altura: “ Os olhos do mundo estão postos na América.” Foram tragédias que percorreram o mundo inteiro e todos se moveram como um todo para ajudar e melhorar os danos causados. A televisão, entre vários meios, foi uma espécie de veículo para isso tudo, foi uma das principais fontes de informação.Enquanto aparelho doméstico também nos ajuda a estimular a imaginação, tornando-nos mais criativos. Pode contribuir para a evasão do nosso dia-a-dia ou até fazer-nos sentir uma sensação de relaxamento. Muitas pessoas, devido ao seu dia-a-dia, sentem-se stressadas e quando chegam ao seu lar ligam aquela “caixa mágica” e descomprimem. Pode ser através dum programa de comédia, vídeos de música, séries televisivas ou até documentários. Consegue fazer-nos “desligar” um pouco da realidade.Este pequeno, ou grande se preferirem, objeto ainda é considerado, para muitos, como uma companhia. Ela é muito importante para os idosos ou pessoas incapacitadas devido a infortúnios da vida. Isto é bom pois impede que (esses casos que exemplifiquei) cheguem a um estado de demência, muitas vezes causado pela solidão.Com este meio de comunicação conseguem manter a mente activa e, ao mesmo tempo, transmite-lhes uma sensação de companhia.
Este meio de comunicação é, também, um bom veículo de informação, mantém-nos informados do que passa no país e no mundo. Isto é, obviamente, muito bom, pois muitas pessoas ou famílias não têm acesso a um computador pessoal com Internet. Estar informado é um sinal de cultura.Mas claro, como tudo no mundo, tem também as suas desvantagens. Como objecto doméstico pode contribuir para a falta de comunicação entre os elementos da família, criando, por assim dizer, uma espécie de alienação de cada membro do agregado familiar. Cada membro vai para o seu canto e a comunicação deixa de existir, principalmente se existir televisores individuais em cada quarto da casa. Havendo só uma na sala, todos se juntam à mesa para jantar e vêem em conjunto o que estiver a dar. Agora se tiverem várias, e como cada membro tem gostos diferentes, retiram-se para o seu quarto e optam jantar por lá. Isto tem vindo a acontecer cada vez mais.
Um dos aspetos negativos que se sobressai é que, a televisão pode envolver a pessoa de tal maneira, criando um lapso na distinção entre realidade e fantasia. Vários telespectadores chegam ao ponto de pensar que a situação retratada no ecrã aplica-se à sua vida real, ao ponto de acreditarem que o que acontece, por exemplo algo que se enquadre apenas no campo imaginário, é real ou possível de ser concretizado. Isto é uma influência pouco saudável.E por falar em influência, é dito ou considerado que esta “caixa mágica” influencia gostos, atitudes e comportamentos de inúmeras pessoas. Elas seguem ou assimilam na sua personalidade aquilo que lhes é transmitido, ou porque algumas celebridades que admiram disseram, ou porque fizeram algo que lhes agradou. Eu considero isto errado pois acho que cada um se deve descobrir, estruturar o seu “eu” individual (gostos, interesses, ideologias) por si mesmo e não por algo que nos foi transmitido pelo ecrã ou porque apenas está na moda, mas devo admitir que não é mau de todo, pois por muitas vezes, informa-nos sobre causas nobres a que podemos aderir. Contudo, não deixa de ser errado.Por fim, outra das desvantagens que quero mencionar é que este simples objeto, esta caixa, por vezes, substitui a interação social. Uma parte da Humanidade não passa sem a televisão, perdendo ou estagnando assim, ao longo do tempo, a habilidade de estabelecer novos laços, novos contactos humanos, encontrando neste objeto o escape ideal, uma solução temporária. Compreendo e concordo que muitos idosos ou incapacitados não têm senão essa possibilidade, mas quando abrange crianças e adolescentes, algo que tem vindo a aumentar, é uma situação que considero grave. Isto nunca deve nem deverá ser uma solução para tal, a não ser que, não tenhamos nenhuma hipótese de o evitar.
Esta “caixa mágica”, este objeto doméstico proporciona bons momentos de lazer, bom e mau entretenimento. Abre-nos uma janela para o nosso mundo, o nosso planeta, mantém-nos diariamente informados, transporta-nos para lugares que só em sonhos podemos visitar. Porém, é um aparelho que controla, hipnotiza e causa dependência. Consegue fazer-nos abstrair da realidade ou do mundo lá fora duma maneira negativa. É algo que exerce muita influência sobre nós e a exposição ou uso constante sem moderação é bastante negativo. Na minha opinião, deve-se ver televisão com moderação seleccionando os programas de maior qualidade. Embora seja impossível negar o seu estatuto entre nós, deve-se valorizar mais a interação social que estabelecemos entre nós, enquanto seres humanos, pois é isso que faz valer a pena esta viagem de subidas e descidas, a que denominamos vida.

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