Conjugar família e carreira continua a ser extremamente difícil, principalmente as mulheres, mas nos escritórios modernos em Lisboa encontramos muitas mães trabalhadoras que podem ser excelentes profissionais e de valor inestimável para qualquer negócio.
No entanto, estudos recentes no Reino Unido mostram que as mulheres continuam a sentir-se culpadas, divididas entre dois papéis e menosprezadas. As mães trabalhadoras continuam hoje em dia a sentir dificuldade em encontrar um equilíbrio saudável entre trabalho e vida, recaindo sobre elas as principais responsabilidades educativas fora do trabalho.
Os desafios das mães trabalhadoras no Reino Unido
Na pesquisa, realizada pelo The Work & Family Show, verificou-se cerca de três quartos (80%) das mulheres se sente culpada por voltar ao trabalho depois de criar uma família. Contudo, a maior preocupação para mais de 35% das mulheres era não ter a ajuda ou a compreensão do empregador enquanto lidam com a difícil transição de mulheres trabalhadoras para mães trabalhadoras. Surgiram ainda preocupações relativas à possibilidade dos patrões serem discriminativos em relação a si, dando-lhes menos responsabilidades ou projectos de relevo.
Devido a esta falta de apoio por parte dos empregadores, as mulheres sentem-se frequentemente forçadas a largar as carreiras para as quais tanto treinaram e para as quais tanto esforço despenderam, de modo a encaixarem o seu novo papel de mães. A força laboral necessita ser apoiada à medida que volta para o trabalho e lida com os desafios que advêm de se ser um progenitor trabalhador.
No entanto, que apoio procuram as potenciais ou actuais mães trabalhadoras? Num recente estudo realizado pela Regus, mais de 95% das mulheres de negócios do Reino Unido acredita que horários flexíveis seriam benéficos, enquanto mais de 90% acredita que trabalhar mais perto de casa é uma vantagem crítica.
Felizmente para as mães trabalhadoras, o mundo do trabalho está a mudar. Empregadores por todo o Reino Unido começam a acarinhar a noção de um modelo de trabalho flexível para facilitar não só as mães trabalhadoras, mas também todos os funcionários da sua empresa.
As dificuldades das mães trabalhadoras em Portugal
Esta é a situação no Reino Unido, mas como será ela nos escritórios modernos de Lisboa, ou ainda nas empresas mais tradicionais de Portugal?
A população feminina Portuguesa, secundarizada durante décadas, com acesso inferior ao ensino, possui ainda hoje um nível de analfabetismo superior aos homens nas faixas etárias mais velhas, enquanto nas mais novas as mulheres possuem já escolaridade média superior. A par disto, Portugal foi bastante restritivo face aos direitos das mulheres até entrada a segunda metade do século XX, fruto de um regime autoritário e conservador onde o conceito de “chefe de família” englobava somente o homem. Ainda assim, as mulheres Portuguesas sempre tiveram das mais elevadas taxas ocupacionais da Europa, fruto de uma pobreza que por trás da máscara de “dona de casa” escondia mulheres que trabalhavam nas feiras, nas fábricas, na lavoura mesmo. Mas e os direitos?
Nesse capítulo, mesmo os mais modernos escritórios em Lisboa podem apresentar resquícios de um conservadorismo inato. Ainda em 2011, a Regus descobria que 70% das empresas não planeava contratar mães trabalhadoras. Destacava na altura o director-geral da Regus para a Região da Europa, Médio Oriente e da África (EMEA), que “não é surpreendente ver que as atitudes preconceituosas voltam a estar na ordem do dia devido às restrições económicas e que algumas empresas continuam a mostrar receios obsoletos no ambiente de trabalho”.
Tais receios obsoletos encontrados a nível internacional, passam pela preocupação de que as mães trabalhadoras possam ser menos empenhadas e flexíveis que os restantes funcionários (37%), que possam sair da empresa pouco depois de receberem formação para terem outra criança (33%) ou que os seus conhecimentos técnicos estejam desactualizados (24%).
Pelo contrário 72% das empresas acredita que as que ignoram as mães trabalhadoras a tempo parcial abdicam de parte significativa e valiosa do mercado de trabalho. 57% declararam ainda que valorizam as mães trabalhadoras porque oferecem experiência e conhecimentos sem exigir salários elevados.
Ao mesmo tempo, então como ainda hoje, Portugal oferece apenas opções escassas de trabalho a tempo parcial a mães trabalhadoras, ou de resto a qualquer coorte da sua força de trabalho. Despreza-se ainda o trabalho a tempo parcial, o cowork em escritórios alugados e o escritório virtual, que dariam às empresas nacionais vantagens não negligenciáveis na obtenção de profissionais motivadas, competentes e experientes, sem terem de entrar em conflito com o papel de mãe.
A preocupação deveria ser tão maior quanto mais se verifica um envelhecimento da força laboral, com o decréscimo da natalidade, o que colocará a médio prazo dificuldades acrescidas às empresas na hora de renovarem os seus quadros. Facilitar as opções laborais das mães trabalhadoras é por isso fundamental tanto para as empresas, quanto para o tecido empresarial e a sociedade como um todo.
Se tem mulheres e mães trabalhadoras na sua empresa, estão ao seu alcance inúmeras possibilidades de aproveitar o seu potencial sem despesas ou encargos extras, nem perda de produtividade. Estude a possibilidade de alugar espaços de coworking e escritórios virtuais para os seus funcionários.
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