A hiperidrose caracteriza-se por suor excessivo na ausência de estímulos que o justifiquem e pode ser uma condição que causa extremo desconforto social a quem dela padece, mas causa igualmente um grau variável de incapacidade para desempenhar tarefas simples do quotidiano. A terapia laser é no entanto uma nova nova esperança.
Hiperidrose axilar: o tratamento laser
É uma condição que não conhece sexos, idades ou categorias sociais. A hiperidrose instala-se tipicamente durante a infância ou adolescência e passará a acompanhar-nos ao longo da vida se não procurarmos um tratamento definitivo.
No passado, no entanto, os efeitos adversos das intervenções cirúrgicas que forçosamente necessitam de interromper as cadeias nervosas responsáveis pela hiperactividade das glândulas sudoríparas, levaram muitos indivíduos a preferir viver com as profundas consequências da condição em vez de se submeterem às opções cirúrgicas disponíveis.
A solução mais recente para a hiperidrose é no entanto pouco invasiva e de relativa simplicidade: a ablação sudorípara por laser subdérmico, crescentemente considerada a opção preferencial para hiperidrose das axilas.
O laser possui uma alta especificidade que lhe permite atacar apenas as glândulas sudoríparas hiperactivas, minimizando o dano para os restantes tecidos das axilas. Para localizar as glândulas é feito o exame de iodo-amido de Minor que consiste na aplicação de iodo nas axilas. Quando este está seco, a zona é polvilhada com amido de milho e a produção de suor incentivada. Em contacto com a mistura, o suor provoca uma abrupta mudança de cor de amarelo para azul, facilitando a avaliação da produção sudorípara.
Após desinfecção do local, é aplicada uma anestesia tumescente e feita uma pequena incisão através da qual é inserida a fibra óptica que conduzirá a energia laser sob a pele para a destruição das glândulas. Este procedimento simples é bastante rápido, podendo demorar entre 30 minutos e uma hora, e permitindo a alta do paciente no próprio dia.
Porque o suor é essencial para o correcto funcionamento do nosso organismo, este procedimento não destrói todas as glândulas, mas elimina as suficientes para os níveis de suor normalizarem. A hiperidrose deve no entanto ser considerada crónica, e os efeitos deste procedimento parecem ter uma duração média de 12 meses, ainda assim mais prolongada que a generalidade das alternativas.
No caso da hiperidrose palmar e plantar, as alternativas mais adequadas continuam a ser a simpatectomia torácica endoscópica (ETS) e a simpatectomia lombar endoscópica (ELS), mas hoje em dia é possível a mera aplicação de grampos que interrompam os sinais nervosos em vez de se proceder a uma secção definitiva das cadeias nervosas.
Uma doença pouco compreendida
A hiperidrose é uma doença que a comunidade médica conhece bem, ainda que o público em geral não reconheça sempre o suor excessivo como sendo patológico. Conhecimento e compreensão são no entanto duas coisas diferentes, e ainda não é claro como surge a hiperidrose.
As teorias mais consensuais atribuem esta condição a hiperactividade no sistema nervoso simpático, a componente do sistema nervoso autónomo responsável pela reacção do nosso corpo a situações de stresse aumentado, incluindo a produção superior de suor facilitar fuga com confrontação. No entanto, porque o suor excessivo pode surgir na ausência de situações de stresse e factores como tabagismo, alimentação picante ou consumo de cafeína constituem agravantes, os mecanismos exactos continuam por descobrir.
Em consequência, as opções terapêuticas são variadas mas carecem de durabilidade. Tipicamente, quem sofre de hiperidrose necessita usar antitranspirantes médicos de elevado teor de cloreto de alumínio. Os fármacos inibidores da acetilcolina como a oxibutinina têm alguma eficácia, mas possuem efeitos secundários relativamente prevalentes e só são eficazes durante o período de toma.
Tratamentos alternativos à procura de soluções mais duradouras foram por isso procuradas, incluindo a aplicação de Botox que inibe a acção das glândulas sudoríparas, mas em troca de um valor elevado e por um curto período de tempo.
Na ausência de uma solução universal para a hiperidrose, a sua extensão e foco são fundamentais na escolha da terapêutica mais adequada.