Estou a desesperar… O meu filho não quer estudar!

Estou a desesperar… O meu filho não quer estudar!

Estudar é o acto que nos possibilita adquirir um conjunto de aprendizagens. E a aprendizagem é a ferramenta que, por sua vez, nos permite apropriarmo-nos do conhecimento, relacioná-lo com os nossos conhecimentos prévios e atribuir-lhe significado. É fundamental em todos os contextos, e na escola em particular, pois é a aquisição de um conjunto de conhecimentos que permitirá aos alunos continuarem a estudar e progredirem academicamente, com todas as consequências que esse sucesso escolar acarreta: integração no grupo de amigos, um bom auto-conceito, confiança nas suas capacidades e, em última instância, um desejo renovado de continuar a estudar cada vez mais e a aprender sobre assuntos cada vez mais diversificados.

E quando o meu filho não sabe estudar?

Com o final do 1.º período do ano lectivo, é frequente o psicólogo ser bastante procurado em contexto clínico por pais que esgotaram os seus recursos e soluções para as dificuldades académicas dos filhos. Estas materializam-se num baixo rendimento académico mas não só; manifestam-se também em queixas sem origem física aparente (dores de cabeça ou de barriga), aumento da desmotivação escolar (não fazer os trabalhos de casa, inventar desculpas para não ir à escola), problemas comportamentais (irritação, agressividade) e/ou sintomas depressivos.

Em alguns dos casos, devido a métodos de estudo desadequados, verifica-se que o evitamento das actividades escolares resulta do facto destas crianças e jovens não saberem como estudar.

Estratégias para estudar melhor

E porque se sabe hoje que os bons alunos não são necessariamente os que estudam muito, mas aqueles que estudam melhor, aqui ficam algumas estratégias que pais e filhos devem adoptar na altura de estudar:

· O aluno deve iniciar o estudo pelas matérias mais difíceis e terminar com as mais fáceis.

· A compreensão das matérias é preferível à mera memorização, pois facilita a interligação dos conteúdos.

· A leitura em voz alta é mais aconselhável do que a leitura em voz baixa, porque ajuda o aluno a reorganizar as informações e, consequentemente, a compreendê-las melhor.

· Os esquemas permitem sistematizar a matéria de forma simples e concisa e, pelo seu carácter visual, permitem aceder mais facilmente à informação.

· As estratégias com mnemónicas facilitam a memorização, ao associarem a informação que se quer reter a pistas.

· É útil fazer resumos, pois reorganizar a matéria por palavras suas favorece a compreensão das informações e a sua memorização.

· Sublinhar permite chegar mais rapidamente às ideias-chave e utilizar a memória visual para relembrar as informações seleccionadas pelo seu grau de relevância.

· Para favorecer a memorização, o aluno deve colocar-se questões sobre a matéria e recorrer aos manuais escolares para confirmar as respostas.

· Os erros devem ser encarados como oportunidades para aprender e ter um melhor desempenho futuro.

No entanto, quando o insucesso escolar persiste apesar dos esforços feitos por pais, professores e das tentativas do próprio aluno, é recomendável procurar a ajuda profissional de um psicólogo. Por vezes, o que se pensa ser um aluno preguiçoso e desinteressado, resulta de dificuldades de aprendizagem mais graves em que se deve intervir o mais precocemente possível.