Perante a actual situação e numa profunda alteração de factores económicos, políticos e sociais, o que fazer?
Mais do que um fenómeno de crise, na realidade estamos a atravessar um momento dramático e quase absurdo. Notoriamente com o contributo da nossa inigualável arte de “fazer de conta que…somos mais do que aquilo que na realidade somos”. Embora muitos sejam completamente alheios a essa coisa “infame” da mania das grandezas.
Para inverter esta linha desorientadora, dificilmente se recomendam soluções individuais e “milagrosas”. Espera-se que sejam tão globais quanto necessárias para corrigir este deplorável estado de coisas.
Apesar deste cenário, todos queremos acreditar que é possível construir de forma segura, pequenos trilhos que a médio/longo prazo poderão vir a estabelecer uma nova ordem e que esta nos devolva sobretudo bem-estar social e institucional.
Desprovidos da clássica lâmpada de Aladino, fica o atrevimento de considerar o seguinte:
• Em primeira instância devemos interiorizar as nossas profundas limitações, económicas, sociais, dimensão territorial e de recursos (alienar a imagem de povo “pavão”);
• Devemos ser verdadeiramente solidários, empreendedores, altruístas e trabalhadores;
• Numa alegoria ao jogo da “macaca” ou, em certas regiões, jogo da “semana” e, numa versão empresarial, no futuro avizinha-se imprescindível conhecer bem as regras, interiorizá-las e respeitá-las, jogar com clareza, atingir posicionamentos com firmeza, encarar com determinação e responsabilidade o desafio e os seus objectivos. No fundo, implica pensar o esforço colectivamente e no fim de contas viver o jogo apaixonadamente.
• Cada espaço, uma conquista, a cada elogio, uma nova motivação. Realça-se este aspecto como factor determinante para o sucesso das nossas acções.
Apesar da racionalidade dos mecanismos, das técnicas e ferramentas que devemos utilizar, não devemos esquecer a nossa identidade.
Somos um povo com grande sentimento, elemento que sempre nos deu força, determinação e vitórias em momentos particularmente difíceis.
As instituições devem tanto quanto possível explorar internamente de forma positiva este fabuloso atributo que nos define e que ao mesmo tempo tem a capacidade de nos trair.
O trajecto será menos penoso se estimularmos essa identidade muito peculiar, essa paixão, genialidade e crença que nos diferencia. Auto comiseração apenas nos deprime e nos tolda movimentos e iniciativas.
O apelo nacional à veia ou comportamento empreendedor
Somos efectivamente capazes de reagir prontamente às adversidades e devemos reconhecer uma invulgar capacidade para nos adaptarmos à mudança mas não exageremos. É do conhecimento generalizado que se vão multiplicando um pouco por todo o lado as iniciativas e apelos ao espírito empreendedor, mas, cuidado com teorias e eventos demasiado espalhafatosos e fundamentalistas.
Convém esclarecer os mais distraídos que ser empreendedor não significa apenas ter ideias, porque se fosse assim tão simples, provavelmente estaríamos a salvo!
Atenção que ter ideias também pode significar idiotice e, manifestamente não é o que se pretende, para atingir o sucesso!
O que pode ajudar a resolver boa parte dos problemas é dinheiro. Escrito desta forma parece demasiado redutor, mas não é. Redutor é pensar que os repetidos apelos ao empreendedorismo são a única via para o sucesso. Também tem algo de verdadeiro, sobretudo se juntarmos financiamento, isso sim, uma atitude muito mais abrangente e eventualmente mais eficaz, com a finalidade de resolver boa parte dos problemas.
Fontes:
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1862528
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