Quem já não experimentou a sensação do coração a bater descompassadamente como se quisesse saltar do peito, e vibrar com isso em momentos de grande excitação, e quem sabe, algum perigo?
Bem-vindos ao fantástico mundo da adrenalina!
O que é a adrenalina?
A adrenalina é uma hormona produzida pelas glândulas supra-renais, localizadas sobre os rins, de forma a preparar o organismo para a realização de actividades e esforços físicos.
Também conhecida como epinefrina, é simultaneamente uma hormona e um neurotransmissor, uma vez que actua no sistema nervoso simpático.
Como ocorre o seu processamento no organismo?
Existem situações concretas que o corpo reconhece como sendo de perigo: momentos de alto stress, cansaço físico, nervosismo, jejum prolongado, hemorragias, entre outros, em que o organismo estimula a produção de adrenalina, que actua principalmente ao nível dos orgãos periféricos, de forma a provocar as chamadas “reacções de fuga”, reconhecidas por meio de dilatação das pupilas, taquicardia, tremores, etc.
Quais são as vantagens da produção de adrenalina?
A produção de adrenalina tem várias mais valias, nomeadamente:
– a manutenção da frequência cardíaca e da pressão arterial, quer em situações de stress ou em situações de repouso;
– permitir a broncodilatação dos brõnquios para aumentar a respiração, útil no tratamento de bronquites;
– Promoção da vasoconstrição periférica, aumento da frequência cardíaca e automaticidade das regiões do coração para o seu bom funcionamento;
– Estimulação do aumento da concentração de glicose no plasma sanguíneo.
O que tem a adrenalina a ver com a velocidade?
Começamos por falar de adrenalina, uma vez que hoje em dia existem hábitos e até estilos de vida que promovem a acção da adrenalina nos nossos organismos.
Uma vez que ela permite alterar funções vitais (nomeadamente ao nível do coração, da visão e do cérebro), e estimular emoções fortes como é o caso de estados de alerta, do medo e da ansiedade, as próprias indústrias de entretenimento adoptaram técnicas que permitem reproduzir contextos e situações em que os efeitos da adrenalina são reproduzidos.
Existem ainda determinados desportos (como é o caso das montanhas russas, do bungee-jumping, do salto de pára-quedas, etc) que oferecem uma quantidade considerável de risco a quem os pratica, ainda que com segurança graças a toda a tecnologia envolvida que, da mesma forma, permitem replicar os efeitos da adrenalina no organismo, de forma segura e controlada.
O mundo da velocidade e da condução rápida inclui-se no rol de actividades que acima descrevemos.
O prazer de se sentar ao volante de um automóvel soberbamente rápido transforma-se numa (quase) necessidade, pelas emoções que permite sentir, e pelo próprio controlo que a pessoa parece exercer em contextos de perigo.
Mas quais são os reais perigos deste estímulo de produção de adrenalina?
Ainda que nem toda a gente reaja da mesma forma ao aumento de produção de adrenalina, mantendo-se controlados na presença do perigo imediato, o organismo acaba por ser repetidamente atacado por estímulos externos e a médio-longo prazo, até isso tem as suas consequências em termos de saúde.
Este tipo de iniciativas pode tornar-se um vício, como qualquer outro.
Estudos demonstram que pessoas com grande apetência para correr riscos que promovem a produção de adrenalina vivem menos anos, envelhecem mais cedo e frequentemente apresentam problemas sentimentais e comportamentais.
Isto acontece porque os efeitos da adrenalina são, em grande parte, iguais aos produzidos pelo stress.
Assim sendo, fica o alerta. Conduza sim, disfrute do seu automóvel e da velocidade, mas sempre com moderação.
Troque a adrenalina por um fim-de-tarde a disfrutar do pôr-do-sol com os amigos, e relaxe!
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