Será que a toxina botulínica é mesmo a «vilã» das intervenções estéticas?
O ano de 2014 firmou o papel da toxina botulínica – mais conhecida por «botox», o nome de uma das marcas que comercializa a substância – como a «vilã» das intervenções estéticas. A verdade é que o mundo ficou surpreendido e indignado com as fotografias virais que retratam as mudanças radicais no rosto de Renée Zellweger, uma actriz de Hollywood que se consagrou ao interpretar o papel da solteirona e desafortunada Bridget Jones.
Com as linhas de expressão totalmente alteradas, as imagens suscitaram de imediato o debate junto daqueles que se interessam mais pelo universo dos procedimentos estéticos: afinal de contas, qual é a utilização correcta da toxina botulínica? E que riscos é que estão associados a esta substância?
Em primeiro lugar, torna-se importante esclarecer que a toxina botulínica é aplicada através de injecções, que só podem ser executadas pelas mãos de um médico especializado. Ou seja, antes de entregar o seu rosto a um desconhecido, descubra qual é a sua formação académica e experiência profissional para se certificar das suas capacidades para empregar a toxina botulínica.
Sendo bastante utilizada para fins estéticos, a substância é ainda aconselhável em casos de paralisias faciais, de distúrbios na bexiga e de suores intensos nos pés e nas mãos, entre tantos outros problemas de saúde.
Quando é mal aplicado, o botox pode originar deformações
A aplicação da toxina botulínica pode ser feita em qualquer idade adulta. No entanto, é sempre necessário ter conhecimento que os resultados variam conforme cada uma das faixas etárias. Por exemplo, nas idades mais avançadas, em que predominam as rugas mais profundas, haverá um maior contraste entre sombra e luz. De resto, mesmo que tenhamos essa ruga profunda, o relaxamento dos músculos subjacentes acaba por diminuir a sua profundidade, o que disfarça a presença.
Sabia ainda que há zonas do rosto em que a toxina botulínica é mais eficaz? Na verdade, o botox surte mais efeito naquelas partes em que há uma intensa actividade muscular, com formação de linhas de expressão. A testa, o espaço entre as sobrancelhas e o queixo são apenas alguns dos exemplos.
Desengane-se se sempre julgou que existe uma relação directa entre a toxina botulínica e deformações. O botox, por si só, não origina nenhum tipo de desfiguração. Por exemplo, o edema (isto é, o inchaço) pode surgir nos primeiros dias de aplicação, mas trata-se de um fenómeno raro e temporário.
Porém, quando a toxina botulínica não é aplicada com cautela, aumenta a probabilidade de assimetrias, como as quedas de pálpebras ou diferenças de altura das sobrancelhas, para além de poder ocorrer uma incontinência nos lábios, o que conduz a um descontrolo do conteúdo intra-oral (o que está na origem do acto de babar).
Fonte: Marie Claire
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