Mesmo nos relacionamentos nas organizações será possível separar a razão da emoção? Ou parece-lhe que as necessidades e interesses das organizações não são as necessidades e interesses dos indivíduos de forma colectiva?
A emoção
Somos complexos – este é o primeiro ponto. O segundo é que estabelecemos relações sociais e trocas intersubjectivas de emocionalidade, ou seja, não existe acção humana sem uma emoção que esteja por detrás a estabelecê-la – assim dita a biologia cognitiva.
Na verdade, não é a razão que nos leva à acção: é a emoção. E, seja o leitor mais ou menos racional, não há volta a dar naquilo que tem sido a história da hominização e do associativismo humano, a emoção que fundamenta tudo isto é o amor!
O amor é a emoção em que se baseia a operacionalidade da aceitação do outro como legítimo no convívio social – e no trabalho, nas organizações, nos relacionamentos nas organizações.
A palavra e o diálogo são imprescindíveis na compreensão do papel das emoções nas relações de trabalho e nos relacionamentos nas organizações e não dá mesmo para ignorar a complementaridade de emoção com razão.
A Psicologia e as organizações
Sentimentos, humor, moral, compromisso com funções e actividades, pertença a grupos. Terá sido nos anos quarenta que a psicologia clínica e a psicologia comportamental começaram a estudar as contribuições da emoção para os relacionamentos nas organizações e a respectiva ponte para as atitudes e para a satisfação no trabalho.
Esta perspectiva amorosa do trabalho desenvolveu-se, e alargou-se, nos anos setenta quando o enfoque cognitivo começou igualmente a estender-se às expectativas, à informação e solução de problemas através da importância reconhecida às emoções positivas.
Anos oitenta e noventa: casamento da razão com a emoção
Nestas décadas, o casamento de razão com emoção terá começado pela avaliação de desempenho e estudo da decisão. Assiste-se, pela primeira vez, à divulgação de pesquisas no campo das neurociências, particularmente da neurofisiologia, mostrando-se claramente a interdependência entre razão e emoção no funcionamento do cérebro humano.
Afinal não somos, como sempre se dizia até então, maximizadores racionais de utilidade!
Na realidade, a emoção entra sempre de fininho nos relacionamentos nas organizações, no ambiente organizacional, ainda que o controlo comportamental seja necessário assim como o desempenho lucrativo que associa a ordem organizacional e a eficiência das relações, entre a gestão e a operacionalização, à razão.

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