Muito se especulou sobre a chegada do comboio de alta velocidade a Portugal e as obras tiveram início num período pré-troika. Mas a maldita crise que chegou ao nosso país trocou as voltas ao Governo, que foi obrigado a suspender as obras. A culpada pelo TGV ainda não ter chegado à sua cidade não tem rosto, mas tem um nome bem-sonante para os portugueses: crise, afinal de quem mais poderia ser a culpa?
A primeira linha do TGV surgiu em França há mais de vinte anos e a rede aumentou de tal modo que já se expandiu pela Bélgica, Alemanha, Itália, Suíça, Holanda, Reino Unido e pela vizinha Espanha. Tornou-se um sucesso na Europa e um modelo de referência para os países menos industrializados.
Lisboa e Madrid poderão ser ligadas por um comboio de alta velocidade?
O Conselho de Ministros decidiu cancelar a construção da linha de alta velocidade em Novembro de 2011. Comunicados emitidos pelo Governo asseguram que este cancelamento é definitivo, por isso, nos próximos anos temos que nos contentar com os meios de transporte existentes.
Afinal se existem ligações aéreas diárias entre Lisboa e o resto no mundo, para quê o TGV? Talvez porque este circula por linhas construídas para o efeito e pode atingir uma velocidade de 320 quilómetros/hora.
Mas não desanimem, afinal Portugal perde o TGV, mas ganha o LTM, um comboio semelhante, que serve para transportar mercadorias entre o nosso país e os restantes países europeus. Por isso, o investimento vai ser realizado, mas para se poupar uns tostões, optou-se por construir um comboio que apenas transporta mercadorias, deixando os cidadãos por terra.
(Des)vantagens do TGV em Portugal
Por ser um comboio de alta velocidade, que permite um fácil acesso a Madrid e às restantes capitais europeias, o TGV iria diminuir em muito o trafego aéreo.
Quando se fala em números, surgem valores que parecem absurdos e nos fazem pensar se vale mesmo a pena seguir em frente, porque não nos podemos esquecer que viajar de TGV não é o mesmo que viajar de autocarro. A velocidade é muito superior, mas o preço dos bilhetes também. Ir a Madrid almoçar ou fazer umas comprinhas neste comboio poderia ficar mais caro do que fazer o mesmo trajeto de avião, afinal existem voos low cost com preços bastante acessíveis.
Foi o surgimento dos voos a baixo custo que levaram o Governo a repensar a construção de linhas férreas para a circulação do TGV, uma vez que, a ligação entre Lisboa e a capital espanhola custaria cem euros, um valor demasiado elevado para a famosa crise que atravessamos.
Outros projetos megalómanos
Durante os seis anos em que José Sócrates foi primeiro-ministro, surgiram vários projetos, que a serem concretizados, deixariam Portugal à beira do abismo. A construção de uma plataforma logística no Poceirão, a construção de uma nova ponte sobre o rio Tejo e a construção do novo aeroporto de Lisboa, que depois de muita discussão sobre que lugar seria perfeito para edificar o mesmo, chegou-se à conclusão que iria ser estruturado no campo de tiro de Alcochete, não passaram de devaneios de políticos, que ainda sonham com o tempo das vacas gordas.
Tudo bem que foram apenas projetos e nada disto saiu do papel, mas para fazer estes esquemas foram gastos uns tantos milhões desnecessários, que saíram dos bolsos dos portugueses.
Outrora fomos um país rico, hoje somos um país endividado e sem recursos para pagar os empréstimos a médio e longo prazo.
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