As privatizações em Portugal têm vindo a arrastar consigo mais e mais desemprego – especialmente no que concerne ao emprego público conforme indicação do site Jornal i.
Diminuição de 23 432 trabalhadores no emprego público, uma consequência das privatizações em Portugal
Um conjunto de empresas como a ANA, os CTT e a Fidelidade provocou, pelo processo que se tem vindo a assistir de privatizações em Portugal, a diminuição de 23 432 trabalhadores no emprego público.
Dados concretos referem que o emprego no sector das administrações públicas era de cerca de 10,5% da população activa e de 12,2% do total da população empregada em finais de Junho, uma tendência que se manteve praticamente igual desde o final de 2012. É igualmente importante referir que o rácio da administração pública representa cerca de 5,3% da população total nacional. Quer isto dizer que as privatizações em Portugal constituem um importante foco de…desemprego!
Mas há mais e tem que ver com mulheres e como saem prejudicadas no processo de privatização em Portugal e nas consequências no emprego público: dados da Direcção- Geral da Administração do Emprego Público mostram que houve, efectivamente, uma diminuição da taxa de feminização (56,4% a 31 de Março para 56,3% a 30 de Junho).
As mulheres a laborar no sector público representavam, no final do segundo trimestre, 12,2% do total da população activa feminina e 14,3% da população empregada do mesmo sexo.
Saldo negativo no emprego público como resultado de 33 763 trabalhadores a menos…
O balanço é, pois, negativo para os dois primeiros trimestres de 2014: por causa das privatizações em Portugal cerca de 33 763 trabalhadores, dos quais 18 980 em definitivo, deixaram de laborar no sector público. No entanto, e durante o mesmo período, entraram 22 983 pessoas. Estes fluxos de entradas e saídas são, além de estranhos, paradoxais e terão que ver, obviamente, com politiquices.
Refira-se que a área onde mais se verificou esta mobilidade foi a do ensino cujos estabelecimentos estão dependentes do Ministério da Educação e Ciência: registaram-se 75,7% de novas entradas em relação ao total para todo o sector das administrações públicas e 85,2% das novas entradas na administração central ao mesmo tempo que, desde o início do ano até final de Junho, se verificaram – segundo o Ministério -50,4% das saídas definitivas no sector e perto de 59,1% das registadas na administração central.
No processo das privatizações em Portugal há que analisar igualmente o impacto nas remunerações com destaque para empresas como a Ana Aeroportos Portugal, os CTT – Correios de Portugal e todas as empresas do grupo Fidelidade em que o emprego caiu 0,4% no segundo trimestre deste ano e 12,2% entre o final de 2012 e este ano, representando menos 23 432 trabalhadores.
No entanto, Bruxelas considera – com palmas – que o programa de privatizações em Portugal permitiu “maiores ganhos de eficiência, mais concorrência e uma melhor relação qualidade-preço”, tendo produzido efeitos positivos na economia e “assegurado uma maior protecção dos interesses dos consumidores”. E esta, hein?
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