Utilizadora que sou das redes sociais, surge um debate no LinkedIn: “Para Empreender é preciso ter estômago”.
Eu diria antes, que é preciso ter “estômago” em qualquer altura da nossa vida, seja pessoal ou profissional.
Para empreender é preciso pensar no que gostamos de fazer.
Se observamos com atenção o mundo que nos rodeia, facilmente nos apercebemos que existem oportunidades em todo o lado. Mesmo nos sectores que parecem saturados, existe sempre espaço, nomeadamente, para a inovação.
O parar e pensar “o que quero ser quando for grande”, leva-nos ao sonho e, muitas das vezes, ao desalento, quer seja por não acreditarmos em nós mesmos e nas nossas capacidades, quer seja pelos dos desafios que julgamos não conseguir alcançar. Desistimos antes de tentar!
Para empreender é preciso coragem, mas acima de tudo, paixão e vontade de realizar os nossos sonhos, os nossos projectos.
Partilho, agora, parte do meu comentário ao debate referido:
Sempre projectei, na minha vida profissional a longo prazo, a construção do meu próprio negócio, ou seja, empreender.
A escolha da faculdade e curso, as competências que adquiri nas sociedades onde trabalhei e o auto-estudo que fui concretizando, levaram-me a pensar, cada vez mais, “no que queria ser quando fosse grande”!
A vontade de ir mais longe enfatizou-se, chegou a hora de arriscar e empreender!
As ideias primordiais rapidamente passaram da cabeça para o papel (mais concretamente para post-its colados na porta do meu quarto), através das quais se desenvolveu todo o restante projecto.
Da ideia construída, seguiu-se a análise de mercado. “Não é uma ideia inovadora, mas antes, um serviço prestado há vários anos, mas acrescido de um valor que não existe no mercado. Existem falhas neste ramo, vamos transformá-las em oportunidades para o nosso negócio.”
Foi hora de avançar! A empresa está constituída! Confesso, até, que a sua concretização chegou mais cedo do que o idealizado enquanto “pequena”.
É hora de empreender, de percorrer o caminho que nos leva à concretização dos nossos sonhos, dos nossos projectos que ainda não saíram do papel. Realizá-los.

Penso muitas vezes na Aldeia de onde sou natural. Praticamente todas as Senhoras sabem bordar lindas toalhas, fazer peças de roupa em lã ou renda, sabem, ainda, com pequenos objectos (como paus recolhidos do mato) desenvolver lindas peças de decoração. Por que não aproveitar isto para construir um negócio, empreender como sempre desejei? São produtos originais, “caseiros”, únicos…
Penso, também, nos Senhores e Senhoras que possuem a sua “quinta” em casa, com os seus animais e as suas hortas. Não poderão protocolar com os comerciantes locais a venda dos seus produtos? Criar-se-iam sinergias para ambas as partes.
E ainda, naqueles Senhores, que intitulamos de “Habilidosos” ou “Biscateiros”, que todos os vizinhos chamam para fazer uma pequena reparação na canalização, ou no portão de casa? Porque não avançar com o seu próprio negócio? Eles também podem empreender!
Considero, portanto, que em muitas situações a criação de pequenos negócios, mesmo que em paralelo com as profissões que detêm, estão à nossa frente. Apenas não lhes damos valor. Não damos valor ao que sabemos fazer bem nem a nós próprios. É necessário olharmos para isso com entusiasmo, ousadia e com vontade de arriscar.
Todos temos um know-how específico que analisado ao detalhe representa valor no mercado de trabalho.
Quando nos auto-avaliamos, temos tendência a pensar no grau académico que temos ou na idade (“Já não tenho idade para essas coisas!”, como muitas vezes ouvimos), ignorando o nosso saber-fazer, experiência e maturidade.
Porquê desvalorizamos tanto estas competências? Existirá maior formação do que aquela que adquirimos ao longo de tantos anos, quer pela experiência profissional ou, simplesmente, pela experiência de vida?
Todos somos em alguma coisa. Todos temos gosto e prazer em fazer algo, que normalmente, adoptamos como hobby, e que, por certo, se poderá concretizar numa acção empreendedora.
Acreditar no sucesso! Acreditar nas nossas capacidades!
A conjuntura só nos mostra que é necessário arriscar. A acomodação não nos trará um futuro melhor, a sua construção deve-se a nós mesmos! Não deixemos esta aversão ao risco devida pela “crise” comandar as nossas atitudes, os nossos passos.
Hoje temos esta razão para não o fazer. E amanhã qual será?
É hora de empreender! É hora de lutar!
Apesar das adversidades sentidas, dos entraves que se atravessem no caminho, lembremo-nos sempre que a paixão pelo que fazemos e a satisfação pela concretização dos nossos sonhos, nos comanda e nos leva ao sucesso.
A melhor solução será a acomodação? A reclamação pelo menor poder de compra, devido ao aumento da carga fiscal?
Vivemos tempos de crise! Mas não seremos nós capazes de o contornar com a nossa forma de agir?
Não estará a solução nas nossas próprias mãos?
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