Paper Shoot: primeira máquina fotográfica feita de papel
Parece algo que se inventaria na China e de facto assim o é. A Paper Shoot é a primeira câmara do mundo feita de papel reciclado e pensada para trazer o conceito de câmara descartável para o século XXI.
A Paper Shoot é a criação e o sonho do taiwanês George Lin, nascido numa família pobre e frugal, onde os luxos eram inexistentes. Um dia, Lin olhou para trás e percebeu quão poucas fotografias tinha de si e da sua família. Começou então a alimentar a ideia de criar uma câmara acessível a crianças e jovens com poucos meios.
Após angariação de fundos e criação da sua empresa, George Lin conseguiu colocar no mercado o seu sonho de longa data, a Paper Shoot. A câmara caracteriza-se por ser vendida desmontada num pacote simples, mas que inclui uma pulseira e um cabo USB, além de parafusos em plástico, o que significa que teremos o prazer de montar a nossa própria máquina fotográfica, vê-la nascer do nosso labor, por assim dizer.
E pensada a partir do ponto de vista de uma criança, uma característica indissociável da Paper Shoot é a sua capacidade quase ilimitada para decorações personalizadas, já que além das decorações de origem, a concha em cartão reciclado repelente de água presta-se a receber toda a atenção da imaginação infantil, que podem nela colocar os seus personagens e heróis favoritos, pintando-os, colando-os, etc.
Ora se a ideia de uma máquina fotográfica feita de papel pode não invocar resistência, mas com apenas 60 gramas (80g com duas pilhas AAA), o invólucro de cartão é rígido e aguenta quedas acidentais sem sofrer os danos que uma câmara normal sofreria, motivo pelo qual raramente os adultos se sentem à vontade em deixar nas mãos infantis as suas câmaras de maior qualidade.
Claro que com por um preço que deverá rondar os 50€, a Paper Shoot não é um equipamento fotográfico de topo. Apenas 5MP caracterizam o seu diminuto sensor, essencialmente uma câmara idêntica à da maioria dos smartphones de gama média-baixa, incluindo a capacidade para compensar a luminosidade do momento para facilitar a captura de imagens sem grande esforço. Mais interessante para espevitar a imaginação juvenil é a inclusão de 4 efeitos de disparo. Finalmente, apesar de ser concebida para uma duração limitada, a Paper Shoot oferece-nos uma ranhura para um cartão SD, para garantir que podemos transferir as nossas fotografias para qualquer computador de modo simples.
Estas características tão peculiares tornaram a Paper Shoot atraente para diversas instituições, nomeadamente a Hello Kitty e o palácio presidencial taiwanês que agora oferece aos dignatários internacionais uma versão personalizada.
Mas há algo de que realmente gostamos nesta câmara e que a torna uma das ideias mais fascinantes em tempos recentes, apesar da sua enorme modéstia: o compromisso com a natureza.
Uma câmara definitivamente ecológica
A concha da Paper Shoot é de papel reciclado, mas isso não diz tudo. A essência desta câmara é ser descartável e por isso assume-se que o papel ira deteriorar-se mais rapidamente que o plástico normal.
É aqui que Lin mostrou um verdadeiro compromisso com a natureza ao incluir sementes no papel com que a câmara é fabricada.
Leu bem: sementes.
Quando a concha está já velha demais para utilização, o utilizador pode rasgá-la ou enterrá-la por inteiro sob uma camada de solo. O papel iniciará rapidamente um processo de decomposição natural, e com rega moderada, germinarão rapidamente flores de crisântemo!
A evolução da Paper Shoot está em movimento neste preciso momento e já se encontra em estudo uma versão compatível com a utilização de Legos, abrindo portas a novas configurações. Entretanto o potencial do papel para decorações inusitadas promete tornar pelo menos algumas Paper Shoot verdadeiras obras de arte, altamente coleccionáveis.
A Paper Shoot estará disponível no mercado Português a partir de Dezembro, mesmo a tempo do Natal, e das fotografias que perdurarão nas memórias infantis.
Fotos: Colecção do autor
DEIXE UM COMENTÁRIO