O stress nas crianças pode começar bem cedo, uma espécie de stress precoce conforme comprova o estudo publicado no site Newswise. Ademais, pode também ser este tipo de stress a base que – lamentavelmente – incita à aprendizagem e à adaptação.
Investigadores percebem os impactos negativos do stress nas crianças quando provocado por situações de maus tratos ou pobreza
Investigadores da Universidade de Wisconsin-Madison divulgaram este tipo de stress nas crianças, com experiência de maus tratos ou pobreza no início da vida, que pode fazer desenvolver cérebros responsáveis pela aprendizagem, memória e processamento de stress e emoção das crianças.
Outras conclusões referem que, claramente, este stress nas crianças poderá ter impactos negativos sobre o comportamento, saúde, emprego e até mesmo na escolha, mais tarde, de parceiros românticos.
Publicado na revista Biological Psychiatry, este estudo pode ser um contributo importante para os líderes de políticas públicas, economistas e epidemiologistas, entre outros, conforme refere o principal autor do estudo e recente UW Ph.D. graduar Jamie Hanson.
É referido que o stress nas crianças precoce ocorre antes do surgimento da depressão, ansiedade, doenças cardíacas, cancro e uma falta de sucesso educativo e de emprego – e quem o refere é Pollak, também director do Laboratório de Pesquisa do Centro Waisman UW.
A amostra escolhida para o estudo sobre o stress nas crianças
Para a realização do estudo, os investigadores recrutaram 128 crianças com cerca de 12 anos de idade vítimas – no início da vida – de abuso físico ou negligência ou, ainda, oriundas de famílias de baixa condição socioeconómica.
Após um rol extenso de entrevistas, com as crianças e os seus responsáveis que foram documentando problemas comportamentais e respectivo stress nas crianças, os investigadores fizeram também imagens do cérebro das crianças – com foco no hipocampo e amígdala – que está envolvido na emoção e processamento do stress nas crianças.
O estudo envolveu uma comparação destas crianças com outras cuja origem refere-se a famílias de classe média mas que não tinham sido maltratadas.
As descobertas tornaram-se, então, surpreendentes: as crianças que sofreram qualquer tipo de stress precoce tinham as amígdalas menores do que as crianças que não tinham tido as experiências do stress precoce.
Mais: as crianças de famílias com baixa condição socioeconómica – assim como as crianças que foram abusadas fisicamente – também registaram volumes menores no hipocampo.
A grande questão que se coloca, e que se desconhece, é o porquê de o stress nas crianças poder conduzir a estruturas cerebrais menores.
Porque, na verdade, as descobertas são apenas marcadores de mudança neurobiológica: um monitor da robustez do cérebro humano, a flexibilidade da biologia humana em estudo.
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