As manifestações na Venezuela começaram há cerca de duas semanas. Inicialmente, eram estudantes que se manifestaram contra o aumento da criminalidade e da violência. Posteriormente, juntaram-se vários partidos opositores ao actual sistema venezuelano e a situação evoluiu para uma contestação ao regime chavista. Na sequência disto, aconteceu a morte de vários manifestantes, entre os quais Genesis Carmona, Miss Turismo da Venezuela. Um fotojornalista português foi preso.
Não se compreende a pouca importância dada pelos meios de comunicação social às manifestações na Venezuela. Existindo uma grande comunidade portuguesa emigrante no país e relações políticas e económicas mais fortes desde os governos de José Sócrates, devia merecer maior atenção e destaque da parte dos média portugueses.
Fontes de Informação Alternativas
As notícias sobre as manifestações na Venezuela não surgem na página de abertura dos sítios na internet dos jornais portugueses; é necessário ir à secção do internacional para se encontrar referências. Nas televisões, as reportagens surgem no meio do noticiário.
Com a internet e o acesso a fontes de informação fora dos média tradicionais – por exemplo, blogues – tornou-se mais fácil aceder a perspectivas diversas e encontrar aspectos menos referidos ou menos noticiados.
Também é possível encontrar fontes de informação directamente do país sul-americano como a página referida nesta mensagem. Quem quiser continuar a aceder a informação sobre as manifestações na Venezuela, nos sítios tradicionais, pode fazê-lo nos média internacionais.
O sítio na internet da BBC apresenta esta notícia escrita pela correspondente da estação no país, com uma explicação dos problemas económicos, incluindo as implicações a nível regional e as consequências para a economia venezuelana e para a população.
Os meios de comunicação portugueses podiam enviar jornalistas para o país e fazer algo semelhante falando com portugueses que vivam no país e para saber se estão a ser afectados pelas manifestações na Venezuela e pela crise económica. Para outros aspectos da situação venezuelana, têm várias notícias independentes, mas acessíveis da mesma página.
Compare-se com a forma como é dada no jornal Público – a notícia é única, com um texto interminável, dificultando a leitura, em que juntam todas os aspectos do tema no mesma texto. Podiam ter dividido por notícias mais pequenas, como acontece nas notícias da BBC. Uma curiosidade: o título da notícia não corresponde ao título do endereço da página.
Como terminarão as manifestações na Venezuela?
A situação económica é difícil, com uma taxa de inflação de 56% e a maior taxa de homicídios do mundo, apesar de terem as maiores reservas de petróleo do mundo. Isto poderia ajudar a diminuir a pobreza e a melhorar a vida dos venezuelanos, como acontece na Noruega.
Várias decisões do actual presidente Nicolas Maduro não ajudaram a melhorar a situação, tanto económica como social, e alimentaram a contestação. Existem milícias criadas durante a presidência de Hugo Chávez, fiéis ao regime, que têm actuado e parecem estar na origem de algumas das mortes dos manifestantes. Vamos aguardar pelo evoluir da situação e esperar que as manifestações na Venezuela não evoluam para o que sucedeu na Ucrânia.

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