O sistema de saneamento de Benavente é o destaque do Congresso Mundial da Água a decorrer em Lisboa, nomeadamente no que concerne ao plano de segurança e saúde – um estudo apresentado a investigadores, professores e alunos de vários países da Europa, Ásia, África e América. Trata-se de um acontecimento patrocinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) conforme informação do site Rede Regional.
Estudo sobre o sistema de saneamento de Benavente diagnosticou mais de uma centena de ameaças para o ambiente e para a saúde pública
Falar sobre a importância dos planos de segurança e saúde (também) no âmbito das águas residuais, vulgos esgotos, terá sido o assunto mais relevante deste evento que acentuou as não conformidades, mais de uma centena delas, no sistema de saneamento de Benavente.
Entre as inúmeras ameaças conclusivas do estudo levado a cabo também pelo gabinete de qualidade das Águas do Ribatejo, destacam-se – pela negativa – as descargas ilegais de efluentes perigosos, o transporte e deposição de lamas sem cumprir as regras de segurança e as obstruções nas redes de drenagens.
Outros estudos semelhantes efectuados em países como Índia, Vietname, Uganda, Gana e Perú demonstram, tal como referiu a representante da Organização Mundial de Saúde, Kate Medicott, a extrema necessidade de ser reforçada a prevenção por forma a evitar as consequências das más práticas para a saúde.
Bem visto, o estudo de Benavente serve de exemplo para a realidade europeia. Quer isto dizer que não obstante os avanços alcançados nos últimos anos, há ainda muito para fazer no que à segurança e saúde dos saneamentos diz respeito. Uma vergonha perante tanto progresso – para a humanidade em geral e para o sistema de saneamento de Benavente em particular.
Especialistas alertam: é preciso reforçar os meios de fiscalização de todo o processo de recolha, tratamento dos esgotos e do destino final das lamas em Portugal já que a legislação é adequada e segura
Para quem não sabe ainda, os Planos de Segurança e Saúde (PSS) visam salvaguardar a saúde humana e o meio ambiente, promovendo – neste caso concreto – a segura reutilização e/ou descarga das águas residuais, dejectos, lamas, efluentes pecuários e águas cinzentas.
Preconizam, igualmente, uma avaliação e uma gestão de risco ao longo de todo o processo – permitindo identificar os problemas que podem ocorrer e proporcionar uma oportunidade de prevenção.
Das conclusões saídas da investigação acerca do sistema de saneamento em Benavente sabe-se que é preciso reforçar os meios de fiscalização de todo o processo de recolha, tratamento dos esgotos e do destino final das lamas em Portugal já que a legislação é adequada e segura.
Por curiosidade, refira-se que estão em curso outros projectos-piloto de demonstração em vários países, nomeadamente: Índia (Bangalore), Vietname (Hanói), Uganda (Kampala), Tanzânia (Morogoro), Filipinas (Manila), Malásia (Kuala Lumpur), Ghana (Accra), Perú (Lima). No entanto, Benavente é o único caso de estudo Europeu.
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