Foi há menos de um ano que um grupo de exploradores descobriu um navio que estava desaparecido há cerca de 200 anos. Foi numa das habituais expedições ao Ártico que os investigadores reencontraram uma das duas embarcações que foram vistas pela última vez em 1840. Os navios eram canadianos e representavam uma parte da história deste país, cujas expedições permitiram a fundação da sua soberania.
Este tipo de viagens para o Ártico é muito comum entre investigadores e historiadores que procuram constantemente novos vestígios que permitam completar a história da humanidade. Esta zona do planeta, devido às óbvias condições atmosféricas agrestes, não cativa o turismo massivo. No entanto, é muito apelativa para os turistas com o perfil de descobridores e apreciadores de aventura. Uma expedição ao Ártico é uma experiência inesquecível, avassaladora e marcante. Os turistas corajosos procuram geralmente o arquipélago norueguês de Spitsbergen.
Nesta zona do planeta, o ar é transparente, a paisagem agreste e a atmosfera límpida. A boa notícia é que vai encontrar uma população calorosa, pronta a receber os seus visitantes. Se no inverno o vento é frio e as noites eternas, no verão os dias são mágicos, onde o ar é puro como nunca sentiu e a beleza da paisagem é um despertar dos sentidos.
No inverno, as expedições ao Ártico têm como destino a observação dos ursos polares
É na estação mais fria do ano que os viajantes podem apreciar os ursos polares e os enormes glaciares, que surgem rodeados por belíssimos icebergues azuis. Esta experiência, tal como em todas as expedições, é indicada para quem gosta de frio e, sobretudo, quem aprecia o contacto com a natureza no seu estado mais puro, com alguma aventura à mistura.
A ilha de Spitsbergen tem cerca de 2500 habitantes e está a 560 quilómetros do norte da Noruega. A localidade tem uma particularidade interessante, pois foi nesta região isolada que o governo norueguês construiu um «arquivo» de sementes do mundo. Tem cerca de três milhões de amostras, sendo que 90% correspondem a quase todas as espécies que existem no planeta.
É no Ártico que ainda pouco se sentem os efeitos do aquecimento global, embora existam já alguns sinais que poderão afetar o modo como os ursos polares vivem e se reproduzem. Por isso, é natural que os apaixonados pela natureza no seu estado puro procurem expedições enquanto a região se mantém mais ou menos incólume.
Nesta cidade isolada do Ártico metade do ano é noite
As expedições a Spitsbergen destinam-se a apreciar a fauna local, nomeadamente ursos polares, raposas polares, aves marinhas e uma subespécie da rena europeia. No arquipélago existe ainda uma espécie endémica de camundongo, que é o Microtus epiroticus. O mar é rico em cetáceos e em terra não existem árvores, devido ao clima.
Embora não seja fácil encontrar um urso-polar, diz-se que após encontrá-lo é bastante simples a aproximação e será difícil conseguir afastar-se dele. A vida selvagem é protegida pelo governo, que tem na região uma enorme jazida de carvão mineral. Esta matéria é inclusive responsável por gerar energia para a população local.
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