Em pleno século XXI, é fundamental garantir o tratamento e a qualidade adequada da água destinada ao consumo humano.
Contudo, e apesar da variedade de recursos disponíveis, o que sabemos afinal sobre a forma como Portugal lida com as suas águas residuais, e qual o impacto que isso tem na nossa qualidade de vida?
Quem é responsável pelo sector de serviços da água, em Portugal?
Graças às normas comunitárias vigentes, e principalmente durante a última década, Portugal tem vindo a promover uma série de mudanças nas políticas da gestão de resíduos e no planeamento de soluções com vista a melhorar a qualidade dos seus recursos.
O sector responsável pela gestão das actividades de abastecimento de água às populações urbanas e rurais e às actividades inseridas na malha urbana, como o comércio e a indústria em Portugal é, neste momento, supervisionado pela agência ERSAR: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Serviços.
Para além das principais funções de regulação estrutural do sector e comportamental das entidades gestoras dos serviços de água e resíduos, tais como as entidades concessionárias municipais, a EPAL e outras entidades privadas, a ERSAR é também responsável pela supervisão da drenagem e o tratamento de águas residuais urbanas, o que inclui as águas residuais de origem doméstica, comercial e industrial, assim como as águas de origem pluvial.
Em termos de serviços de resíduos, são compreendidas as actividades de recolha, tratamento e destino final dos resíduos urbanos.
Segundo dados da ERSAR, e de acordo com os padrões nacionais e europeus:
– 95% da população portuguesa era servida por sistemas públicos de abastecimento de água em 2011;
– 98.20% da água canalizada era controlada e de boa qualidade em 2012;
– 421 Programas de Controlo da Qualidade da Água foram aprovados em Portugal em 2013.
Como se procede ao tratamento das águas residuais?
O tipo de tratamento a aplicar será sempre dependente de variáveis como a quantidade e a qualidade das águas residuais, a qualidade da água que se pretende obter depois do tratamento e as características do local de descarga.
Existem várias técnicas de tratamento de águas residuais, contudo de um modo geral, o tratamento consiste em 4 fases:
– Um tratamento preliminar, em que se filtram os resíduos mais grosseiros, flutuantes e sedimentáveis através da passagem da água por uma série de grades (o processo designa-se por isso de gradação):
– Um tratamento primário, em que removem as areias e as gorduras, por meio de decantação. Trata-se de um processo físico de sedimentação das partículas, em que por vezes se adicionam químicos de forma a aumentar o tamanho dos sedimentos e a sua facilitada remoção;
– Um tratamento secundário, em que uma série de bactérias aeróbias (com oxigénio) e anaeróbias (sem oxigénio) degradam os comportos orgânicos que resultaram do processo primário e removem alguns poluentes como o ferro, o manganês e o dióxido de carbono;
– E finalmente um tratamento terciário, que consiste na desinfecção e controlo de nutrientes para eliminação de bactérias e vírus. A adição de cloro tende a ser a técnica mais comum para este tratamento graças ao seu custo reduzido, contudo existem outras formas de efectuar este tratamento, como é o caso da ozonação, dos ultravioletas ou da filtração por areias e membranas.
Após o tratamento completo, o objectivo é sempre o reaproveitamento e a reutilização das águas.
Num tempo em que a consciência ambiental vem a ganhar força e a utilização ponderada dos recursos naturais é uma necessidade, cada vez que reaproveitar águas residuais ou proceder ao seu tratamento para reutilização estará a contribuir para um mundo mais saudável e sem escassez!
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