Dialogar com adolescentes pode não ser o mais fácil para os pais e não o será para os filhos que se encontram nesta fase de transição para a vida adulta. Mas não é impossível nem precisa de tirar um curso!
Os adolescentes encontram-se naquela parte da vida em que o desenvolvimento implica uma data de ajustamentos perante si mesmos e perante os pais. O que fazer senão tornar possível esta passagem com base na tranquilidade e equilíbrio através de uma comunicação eficaz entre pais e filhos?
Dialogar com os adolescentes é a solução!
A partilha é algo precioso e mesmo importante, principalmente tratando-se de adolescentes. No entanto, por vezes, e porque a adolescência é um turbilhão, é preciso fazê-la acontecer. As ideias e as emoções pedem liberdade, segurança e respeito, pais. Sem isto, nada feito, os adolescentes vão querê-los a milhas e não há comunicação eficaz para ninguém!
É preciso que criem as condições ideais para dialogar com adolescentes, só assim há lugar para a exposição de dúvidas e de questões ou para simples desabafos. Mas também não exagerem, pais, não querem ser os melhores amigos deles mas sim – os que também podem e devem ser amigos – apenas os pais!
Porque não praticam a partilha aberta?
Os dias não são tão grandes como gostaríamos, eu sei, mas bem geridos podem esticar: em qualidade. Dispensem uma hora que seja para os vossos filhos que estão na adolescência. E digo isto porque geralmente os mais pequenos acabam por ter toda a atenção possível do mundo. Acha que os adolescentes não notam e, mais, não sentem?
Dialogar com adolescentes pressupõe tempo e muita atenção.
Esse momento poderá ser na cozinha, enquanto preparam as refeições, ou naquela caminhada depois do jantar ou no sofá. Não vão é entrar quarto adentro e invadir a privacidade deles, está bem? O mais certo é verem a matraca deles fechada durante as próximas semanas!
Pensem nos assuntos que mais vos inquietavam na adolescência, pais. Dialogar com adolescentes significa colocarem-se na sua pele dando-lhes a vossa. Não perceberam? Como eram vocês aos treze e catorze e quinze quando ainda eram adolescentes filhos dos vossos pais?
Não esqueçam é que de lá para cá tudo mudou e já não existem tabus sobre a sexualidade, o álcool, as drogas, as paixões e os relacionamentos. Eles informam-se sobre tudo com naturalidade – e é naturalidade que dialogar com adolescentes exige!
Valorizem os vossos filhos adolescentes!
A perspectiva do mundo, acerca de tudo, é, obviamente, a deles, diferente da vossa. No entanto, a empatia é talvez a característica mais importante para a tal comunicação eficaz. Identifiquem-se com as opiniões e ideias deles, o que não quer dizer concordar, e valorizem-nas.
Vão ganhar, pais, um grande sorriso – além de confiança e partilha, muita partilha!
Escutem-nos. Depois falem. Mas escutem-nos à séria, com a atenção que merecem, até porque também vocês precisam de se preparar para mais tarde responderem a questões. Os adolescentes têm, cada vez mais, acesso a mais e melhor informação e as questões que colocam não são fáceis. Já pensaram que responder qualquer coisa pode significar demonstrarem falta de seriedade nas conversas e também ignorância? Frustração é tudo o que queremos evitar para ambos, certo?
Quem disse que dialogar com adolescentes é fácil, mentiu.
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