São notícias positivas, apesar do país ainda se encontrar no que podemos considerar uma crise, mas segundo os dados mais recentes do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o mês de Outubro assistiu a um decréscimo nos números do desemprego entre casais, com menos 7,6% em termos homólogos, representando 11.563 casais desempregados.
Por comparação, Setembro verificara um total de 11.739 casais onde ambos os membros se encontravam desempregados, representando uma situação de risco de pobreza particularmente elevado para o agregado familiar.
Estatísticas do desemprego face à União Europeia
Por comparação a Outubro de 2013, este abaixamento significa menos 957 casais desempregados. Vistos de outro modo, os dados significam que cerca de 8,5% dos indivíduos desempregados em estado de matrimónio ou união de facto têm o seu cônjuge igualmente em situação de desemprego. O desemprego é efectivamente um flagelo transversal a gerações e estados civis, com cerca de 47,8% do número de inscritos no IEFP vivendo em casamento ou união de facto.
Apesar deste indicador positivo para os casais Portugueses, a situação do emprego na Europa e Portugal em particular continua de difícil resolução e altamente instável, com o Eurostat a indicar uma subida do desemprego em 0,1 pontos percentuais, para os 13,4%, subida marginal, mas que coloca um termo a sete meses seguidos de queda na taxa de desemprego nacional. Ao todo, 688,3 mil pessoas de todas as idades encontram-se desempregadas.
Em termos homólogos, no entanto, face a igual período do ano transacto, a descida da taxa de desemprego em Portugal representa a segunda maior da Europa, não deixando apesar de tudo de se encontrar com números apreciavelmente superiores à média europeia que em Outubro revelou uma taxa de desemprego de 11,5%. Já a zona Euro teve resultados ainda mais positivos, com 10% de desemprego.
Por isso, o Eurostat não deixou de considerar que Portugal (a par com Grécia, Espanha, Croácia, Chipre, Eslováquia e Itália) continua a apresentar níveis “anormais” de desemprego, com tendência para o crescimento das taxas de desigualdade, pobreza e declínio real dos rendimentos domésticos. Pelo contrário, tanto na União Europeia, quanto na zona Euro, os números do desemprego parecem estar a adquirir alguma estabilidade, com alguns países a atingirem mínimos históricos. É o caso da Alemanha, com 6,6% de desempregados entre os seus cidadãos.
Vistos os números com maior pormenor, os jovens continuam a ter uma taxa de desemprego de cerca de 33,3% (face aos 21,6% na UE), enquanto são as mulheres quem mais sofre de desemprego (14%, face a 12,8%) dos homens, isto apesar do desemprego entre o sexo feminino ter baixado 0,9%, face à subida de 1,9% no caso dos homens.
Para o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta subida ligeira no número de desempregados é explicada pelo maior número de pessoas à procura de emprego, não por novas perdas de emprego. Ou seja, jovens que atingem a idade legal de trabalho ou acabam os seus cursos e passam a procurar emprego explicarão estes números, não a perda de postos de trabalhos por parte de indivíduos até agora empregues.
Mudanças na medição do desemprego
Os números agora publicados marcam o início de um novo paradigma no funcionamento do INE, que até agora avaliava as estatísticas do emprego de forma trimestral. Passará doravante a fazê-lo de modo mensal e através de uma nova fórmula que leva em conta a sazonalidade.
Ou seja, o INE passa a compensar os números para os empregos criados de forma estritamente temporária durante o Verão e que se extinguem logo de seguida quando passa a época alta do veraneio.
A importância desta mudança de práticas transcende o simples facto de que nos coloca a par com os principais países ocidentais. Efectivamente, conhecermos os dados do desemprego e as suas flutuações a nível mensal permite a todos os agentes económicos e sociais compreender mais rapidamente as situações de crise e os factores que influenciam a evolução do mercado de trabalho, potenciando intervenções mais atempadas e adequadas.
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