As velas andam a vento, é simples, tão simples como a primeira lei de Newton que diz que para uma acção existe sempre uma reacção. Quando colocamos as nossas velas ao vento o barco vai responder a essa acção. Entretanto, o vento incide em um dos lados da vela sem, no entanto, fazer o barco voltar-se. Porquê? Porque existe a acção da força contrária da bolina ou patilhão.
É, de facto, esta força que faz o barco bolinar, visto que quando o barco está parado temos só o vento real a incidir no barco.
Ventos, a deslocação dos barcos e quando as velas desventam
Entenda-se por vento real aquele que se faz sentir sem a deslocação do barco. À medida que o barco começa a deslocar-se vamos ter o vento real somado ao vento da deslocação do barco resultando no vento aparente. E quando a velocidade aumenta, o vento aparente vai-se deslocando para a proa.
Em boa verdade, à medida que aumentamos a velocidade do barco o vento aparente vai anular o vento real: as velas desventam!
A mareação ao través: pico da velocidade
A velocidade máxima de um veleiro consegue-se através da mareação ao través, ou seja, 90º com o vento. No processo de mareação em vez de termos a força do vento a empurrar o barco para a frente e para o lado (adornamento), vamos ter o vento unicamente a empurrar o barco para a frente com a força de sustentação a ajudar.
Na mareação ao través, ao contrario com o que acontece na mareação a popa, o barco pode navegar mais rápido do que a velocidade do vento real e à medida que o barco aumenta a sua velocidade, o vento aparente aumenta criando cada vez mais sustentação na vela.
Quando chega a uma determinada velocidade, o pico, o barco fica encurralado no meio das duas ondas: deixa de acelerar!
A velocidade máxima do casco é a raiz quadrada da distância da linha de água vezes 1.34 e é conseguida quando o barco fica a surfar ao vento.
As velas
A rendibilidade de uma vela é a relação entre a sustentação e a resistência criada por essa vela. Consoante a mareação a que estamos a navegar, devemos ajustar as velas de modo a termos a máxima sustentação para o mínimo de resistência. Ao ajustar a vela, a sustentação aumenta com ângulo de incidência ao vento e com o aumento da velocidade.
O ângulo de incidência correcto da vela atinge-se quando o fluxo de ar deixa de estar em contacto com a vela na valuma – a máxima sustentação consegue-se quando a vela esta na eminência de entrar em perda.
O corredor de vento está sempre a variar!
O corredor de vento varia com:
- o rumo que o barco leva;
- a capacidade de aproar ao vento;
- a afinações das velas;
- a velocidade do barco.
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