Há algo muito descurado e que só as melhores empresas de eventos realmente aprenderam com a Apple e Steve Jobs: a comunicação. O Power Point era topo de gama numa altura em que uma geração inovadora tinha pais que ainda sabiam identificar um ábaco e livro de merceeiro, e as animações no ecrã arrancavam exclamações de assombro. Hoje, o Power Point é o pano de fundo num mundo tecnologicamente envolvido, conectado em rede, e com uma sede terrível pelo networking em tempo real. As novas tecnologias não mudaram apenas o conteúdo multimédia de um evento, mas desviaram o foco do que acontece no ecrã para a oratória.
As empresas de eventos na era do attention span nulo
Ficar atento às frases num ecrã é muito 1990. Segundo a Microsoft, a capacidade média humana de manter a atenção fixada num assunto passou de 12 segundos no ano 2000 para meros 8 segundos em 2015. E porquê? Porque actualmente temos sempre à mão um smartphone com o qual verificamos os e-mails à socapa, procuramos expressões do orador que não compreendemos, ou iniciamos um jogo e sessão no Facebook, mal o assunto se torna enfadonho.
A permeabilidade da sociedade aos smartphones levou em 2015 à proibição generalizada dos chamados selfie sticks nos festivais. As empresas de eventos musicais aprenderam uma lição dura em 2014, com as bandas cabeça de cartaz a interromperem actuações graças a públicos omnipresentemente de telemóvel na mão para tirarem selfies em vez de assistirem ao concerto.
As grandes empresas de eventos sabem hoje que, em qualquer evento, é incontrolável que jornalistas, bloggers e gurus das redes sociais agarrem fotos e enviem comentários para as redes sociais. A grande questão é que ou o fazem sobre o evento, ou sobre outra coisa qualquer. A colocação desloca-se para o orador.
Quando uma empresa introduz um produto no mercado, o foco está no orador. Os imitadores de Steve Jobs estão por todo lado, com variados graus de insucesso, mas todos compreendem que os dotes de oratória, o carisma e assertividade das suas palavras, em suma, a sua capacidade de agarrar o público, são fundamentais para qualquer evento se tornar viral ainda antes de acabar. Isto é algo a que as empresas de eventos estão atentas, e as que abraçam a “cultura smartphone” compreendem que se os discursos e apresentações conseguirem prender o público desde o início, o networking em tempo real colocará o produto em todos os sites de interesse em minutos.
Como as empresas de eventos capitalizam a tecnologia smartphone
O ideal para as empresas de eventos é contarem sempre com um orador cativante e activo, mas nem sempre este factor está sob o seu controlo. Portanto, empresas de eventos e clientes devem trabalhar em uníssono sob o prisma de que, se a cultura smartphone não pode ser combatida, mais vale que se juntem a ela.
1 – Apps móveis: se os oradores perfeitos não estão sempre ao alcance das empresas de eventos, a adopção das novas tecnologias é fundamental. Actualmente não necessitamos de computadores e equipamentos pesados de projecção de imagem; as apps móveis chegaram para que possamos passar uma apresentação directamente do ecrã do nosso telemóvel para um ecrã. As novas tecnologias não começam nem acabam aqui: antes de um evento, as empresas de eventos podem lançar mão a apps próprias ou específicas dos eventos, ou criar redes e grupos de discussão em torno dos temas específicos, que interliguem os participantes e os interessados em participar, além de lhes prestarem informações úteis de modo rápido e confortável. Um evento que não está marcado no Google Maps, não se divulga no Facebook, nem no Twitter, não entrou ainda em 2015.
2 – Faça do smartphone uma parte integrante da apresentação: onde possível, não crie conteúdos a pensar em computadores, mas em tablets e smartphones. Através de uma rede local, é fácil partilhar informações in situ e rapidamente com o seu público, que pode aceder a documentos, apresentações e fóruns de modo instantâneo. Hoje veremos poucos portáteis numa plateia, mas os dispositivos móveis estão em alta. Em eventos de apresentação de produtos e serviços, é possível criar fóruns onde o público coloque perguntas e sugestões.
3 – Use os códigos QR. Através destes códigos relativos ao evento, quem os digitalizar pode obter rapidamente informações, comunicações, promoções. Em suma, tudo o que for pertinente em relação ao evento. As empresas de eventos começam já a perceber como um código QR num cartaz ou panfleto pode levar um transeunte casual obter informação no seu telemóvel com Internet em vez de esperar até estar em casa para ir procurar um link ou dados, altura em que provavelmente já se esqueceu do que viu. Os códigos QR, num público tecnologicamente atento, podem ser utilizados para verificar entradas, atribuir credenciais ou fazer levantamento de brindes de modo rápido e eficaz.
Em suma, as empresas de eventos na actualidade estão cada vez mais conscientes da necessidade de integrar tecnologia nos eventos, mas ainda mais conscientes estão da necessidade dos oradores serem cada vez menos passivos e mais proactivos na sua interacção com o público. Não deixe o seu evento ficar para trás.
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