Mas o que são parafilias nos relacionamentos?
E se a fonte de prazer para alguém não estiver no copular? Até aqui nada de novo ou de outra forma os impotentes caberiam, por natureza, na definição. E se o prazer estiver nos anseios sexuais e fantasias fora do comum? Bom, sendo a sexualidade de cada um algo tão imensamente complexo – mau seria se não houvesse anseio e fantasia.
Não, as parafilias nos relacionamentos não são apenas o conjunto destas interrogações. Para haver parafilias tem de existir mesmo prejuízo na vida de alguém que causa, igualmente, prejuízo na vida de outros.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, e a APA (Associação Americana de Psiquiatria), diz ser possível diagnosticar parafilias nos relacionamentos mediante “fantasias, anseios sexuais, comportamentos recorrentes intensos e sexualmente e excitantes, em geral envolvendo objectos não humanos; sofrimento ou humilhação próprio ou do parceiro; criança ou outras pessoas sem o seu consentimento”.
Então e as diferenças culturais?
Há, de facto, controvérsia em relação a este assunto das parafilias porque o que pode ser considerado desvio em um determinado contexto cultural, em outro poderá não ser. Sabia que, por exemplo, no Líbano os homens podem ter sexo com animais (apenas) fêmeas? Pois. E que na Indonésia uma simples masturbação é punida com a decapitação?
Como falar em parafilias nos relacionamentos em culturas tão diferentes?
Talvez o critério seja mesmo o do prejuízo, ou seja, considerar as parafilias nos relacionamentos como patologias tendo por base os danos em termos de sofrimento e/ou humilhação que:
- incitam a rituais obrigatórios;
- acarretam disfunções sexuais;
- exigem participação de indivíduos sem o seu consentimento;
- trazem complicações sociais;
- acarretam complicações legais).
O caso do exibicionismo
Entre os muitos casos de parafilias nos relacionamentos há o exibicionismo. O exibicionismo caracteriza-se pelo desejo incontrolável de obter satisfação sexual através da exposição dos órgãos genitais ou, então, de se ser observado durante o sexo. Neste caso o indivíduo, não tendo auto-controlo sobre a sua vontade de exibir os seus genitais, sofre danos no ambiente social, profissional e afectivo.
O indivíduo que sofre de exibicionismo muitas das vezes masturba-se durante a exposição dos seus órgãos sexuais ou durante as suas fantasias e raramente quer fazer sexo com o estranho que se lhe apresenta! Casos assim existem aos milhares em utilizadores da internet!
O exibicionismo na Internet
Este será um belíssimo exemplo de parafilias nos relacionamentos. Nos nossos dias a internet é uma excelente ferramenta tecnológica de comunicação e também de contacto (?) social para indivíduos com uma personalidade introvertida: um paraíso para parafilias nos relacionamentos ou, antes, pseudo-relacionamentos!
Vamos dar um nome. O G. é um homem que se exibe na internet desde a adolescência. É tímido e possui alguns déficits comportamentais relacionados com esta característica; tem imensas fantasias sexuais que nunca partilhou com ninguém fisicamente e passa muito tempo sozinho em casa.
O uso abusivo da internet, ainda para mais tratando-se de utilizadores com a patologia do exibicionismo, é fonte de descontrolo e de imensos danos no dia a dia de indivíduos como este. Isso é certo!

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