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Direito de Escolha – Que Preço a Pagar pelo Consumo?

18 de December de 2018 by angelinaviagem Leave a Comment

A atual sociedade é uma sociedade de consumidores que valoriza a permanente capacidade de escolha e a preocupação apenas com o aqui e o agora. Somos impelidos a consumir para conseguirmos atingir a integração social e a aceitação dos outros. O valor pessoal de cada um é medido pelos bens de consumo que possui. consumoO ser humano procura uma constante ausência de rotina e o não comprometimento, convencido de que nenhum dos seus desejos pode ser considerado o último. Vivemos com a expectativa de uma constante possibilidade de escolha, consumo e novidade. Cansamos-nos depressa de tudo, numa necessidade permanente de descobrir coisas novas para adquirir e possuir. É através do consumo que ocorre a integração social. Aqueles que não podem consumir, os que não têm capacidade de escolha e de compra são excluídos da sociedade. O valor social de cada um mede-se pela sua capacidade de escolher e de consumir. A escolha é, em si mesma, uma posição social. O adulto vive numa fase de exploração permanente, que anteriormente seria apenas verificada na adolescência. Desta forma, a construção da identidade de cada um é influenciada por esta constante mudança. O adulto já não possui uma identidade estável e coerente. Tudo se rege pela volatilidade de indivíduos numa mudança contínua. No mundo do trabalho verifica-se exatamente a mesma mudança permanente. Não existe uma carreira para toda a vida, tal como não há apenas uma única identidade. Ao longo da nossa vida, vamos assumindo identidades temporárias e identidades plurais. Cada um de nós possui identidades compostas, pouco precisas e elaboradas a partir de amostras, marcadas pela flexibilidade. Numa análise mais pormenorizada, percebemos que não havendo identidades estáveis e definidas, que vão mudando de acordo com as situações e as exigências do meio, não existe uma verdadeira identidade. Os seres humanos, na atualidade, possuem identidades vazias e indefinidas. E, nesta sociedade baseada na flexibilidade e no individualismo (não podemos esquecer que o consumo é uma atividade individual e não coletiva), não há lugar para uma regulação normativa. Como consequência, há cada vez menos espaço para o papel social do Estado. As pessoas preferem abolir as políticas sociais para que possam escolher o fim que dão ao seu dinheiro que, de outra forma, seria aplicado em impostos. Podem continuar a seguir os objetivos estéticos que guiam as suas escolhas e saciar plenamente os seus desejos, numa busca incessante de prazer individual e narcisista. Assim, ser pobre não gera apenas sofrimento físico. Ser pobre é também um estado social e psicológico, marcado pela culpa, pela vergonha e pela redução da auto-estima. Ser pobre é estar consciente da incapacidade de escolha. Numa era individualista e volátil, o trabalho como vocação é um privilégio de alguns. Atribui-se valor estético a determinadas profissões, enquanto que outras são consideradas vergonhosas e aborrecidas. Os projetos vocacionais já não são estáticos. Não há um grande projeto de vida, mas sim pequenos projetos, que vão sendo planeados de acordo com as mudanças sociais. Acima de tudo, as pessoas têm a consciência que é fundamental evoluir, mudar, escolher. E, numa sociedade muito longe do pleno emprego, como poucos retiram real prazer da sua atividade profissional, os restantes refugiam-se no consumo. O trabalho já não é um valor em sim mesmo, mas sim um meio de integração na sociedade de consumo. Trabalhamos para poder consumir e não pela real satisfação de exercer uma atividade profissional satisfatória e gratificante.

Será que vale a pena pagar um preço tão alto pelo consumo e pelo direito de escolha?

Filed Under: Emprego Tagged With: colocação de pessoal, desemprego, estágio, frustração, IEFP, saúde, selecção de pessoal, Trabalho, trabalho temporário

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