Em tempos tão conturbados como os atuais, em que as oportunidades de emprego escasseiam e o número de candidatos excede largamente a capacidade de absorção do mercado de trabalho, a importância de elaborar um bom CV tornou-se fundamental.
Ter ou não um CV apelativo poderá ser o ponto que vai determinar se o candidato terá ou não a oportunidade de realizar uma entrevista. Importa então dar especial atenção à elaboração do CV, no sentido de cativar o empregador e aumentar as possibilidades de sobressair entre tantos outros candidatos. Mas chegada a hora de elaborar o CV surgem imensas questões. A primeira remete para o formato do CV, questão polémica e que gera diferentes opiniões e afinidades. Devemos usar um modelo predefinido (por exemplo, o Modelo Europeu) ou redigir um CV num formato criado por nós? Ou então esquecer o papel e fazer um vídeo ou um CV fotográfico? Ou ainda usar os nossos talentos manuais e construir um CV tridimensional sob a forma de algum objeto que possa suscitar interesse no empregador? Em muitos casos, é o próprio formato do CV que vai determinar o sucesso da candidatura a um emprego. Contudo, esta questão não pode ser analisada de forma simples e linear, pois se para uns o CV Europeu é limitador e pouco interessante, para outros receber uma encomenda que afinal é um CV não tem piada nenhuma. Então o que fazer?
Modelo Europass
Este modelo tem como principal vantagem permitir delinear um CV organizado e devidamente estruturado, facilmente reconhecível pela maioria das pessoas, facilitando ao recrutador encontrar as informações que procura. De acrescentar que este modelo foi pensado para facilitar a mobilidade dos trabalhadores no espaço europeu. Contudo, sendo um modelo altamente estruturado é limitativo relativamente à informação que permite inserir. Não permite uma verdadeira expressão pessoal do candidato nem uma abordagem mais criativa. Trata-se de um modelo não personalizável que pouco revela acerca das características únicas do candidato, não sobressaindo entre tantos outros CV”s remetidos. Importa acrescentar que a utilização deste modelo poderá ser vantajosa para candidaturas a empresas mais tradicionais, que valorizam a estandardização e a organização da informação. Por outro lado, este tipo de CV irá certamente passar ao lado dos empregadores mais vanguardistas, bem como quando se trata de processos de recrutamento para funções de cariz mais criativo, pois o CV será uma montra da capacidade criadora dos candidatos.
Vídeo Currículo
Através do Vídeo Currículo, o candidato pode apresentar o seu percurso de vida ao mesmo tempo que demonstra as suas competências de expressão verbal, comunicação e criatividade. O candidato poderá mostrar o seu cunho pessoal, pois este formato permite uma total adaptação às suas necessidades. Contudo, não deverá exceder os 3 minutos, sob pena de se tornar maçador e roubar demasiado tempo ao recrutador. Apesar de ter surgido como uma ferramenta inovadora na procura de emprego, o Vídeo Currículo tem vindo a banalizar-se, já não sendo uma verdadeira mostra de criatividade. Para além disso, não se adequa a todos os perfis profissionais nem a todas as entidades empregadoras, pelo que o candidato deverá ponderar caso a caso se a sua utilização será realmente vantajosa.
Modelos Criativos
Atualmente, muito se fala acerca de formas inovadoras de criar um CV, que não passem por colocar um texto estruturado em 2 ou 3 folhas de papel. Desde a criação de flyers e outdoors, bandas desenhadas, passando pelo envio de encomendas originais, muitos CV”s inovadores têm sido criados nos últimos tempos, com o objetivo de sobressair numa panóplia imensa de candidatos. Muitos candidatos têm colhido frutos desta estratégia, pois conseguem destacar-se e obter a oportunidade de realizar uma entrevista que, em vários casos, resulta numa contratação. Esta estratégia resulta principalmente na candidatura a empresas modernas e inovadoras e que trabalham em áreas criativas. Desta forma, o CV demonstra que o candidato “pensa fora da caixa” e que se integra na sua política vanguardista. Por outro lado, esta estratégia tem vindo a massificar, já não sendo assim tão original enviar um CV diferente. Nem sempre o candidato conseguirá obter o impacto que procura. É imprescindível também considerar que nem todas as empresas e recrutadores valorizam esta abordagem. As empresas mais conservadoras continuam a preferir o CV tradicional, muitas vezes num formato predefinido, como o Europass. Assim sendo, o candidato deverá analisar cuidadosamente o perfil da empresa, no sentido de perceber se uma abordagem mais inovadora será ou não bem recebida.
Em jeito de conclusão…
Na hora de enviar um CV, o candidato deve ponderar cuidadosamente a melhor opção, com base na cultura da empresa em questão e nas características da função a que vai candidatar-se. Deverá obter o máximo de informações possível acerca da empresa, para que possa compreender o que irá criar um impacto positivo no recrutador. Não existem receitas miraculosas nem soluções normativas. Cada caso é um caso.
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