Considero que o docente deve ajudar a promover as condições, para que o aluno se possa aperceber da sua própria aprendizagem. Se o aluno apreender os elementos básicos de uma determinada estrutura, haverá maior compreensão, pois os alunos aprendem melhor quando sentem necessidade de aprender e sentem mais necessidade de aprender quando estão motivados. Para que isso aconteça é necessário que o aluno possa compreender o objetivo da aprendizagem e que ele consiga, com os meios ao seu dispor, atingi-lo. O professor deve ser um criador de necessidades de aprendizagem, com base nos pré-requisitos de cada sujeito de aprendizagem. Reconheço que, hoje em dia, os conhecimentos adquiridos pelos alunos fora da escola influenciam fortemente a aprendizagem. Quando os alunos chegam à escola já possuem determinadas conceções, que embora possam ser “pouco científicas” são o suporte que permite que atuem na realidade circundante. A escola tem, no entanto, um papel importante na redefinição dessas conceções, tornando-as “mais científicas”. O docente não deve renunciar à aquisição de conhecimentos por parte dos alunos, mas antes estimular o desenvolvimento de um conjunto de atitudes e capacidades, tais como saber aprender, saber pesquisar, selecionar informação, concluir e comunicar. Num mundo em constante evolução, é preciso que os alunos investiguem, questionem, construam conhecimentos, utilizem novos meios tecnológicos disponíveis e, sobretudo, ganhem autonomia ao longo da aprendizagem, adquirindo assim a capacidade de resposta às situações novas que irão encontrar no futuro. No entanto, só estão aptos a fazê-lo quando entenderem os conteúdos abordados. Se o aluno não ultrapassou as dificuldades sentidas tem dificuldade em encadear o seu raciocínio, não conseguindo realizar as aprendizagens subsequentes previstas. O professor deve orientar o processo de descoberta, pois não basta dizer ao aluno que se esforce por encontrar soluções, é necessário que acompanhe o aluno nas suas diferentes tentativas, questionando-o e orientando-o para a descoberta das respostas e, se necessário, reencaminhando-o quando este se desvia do caminho que a elas conduz. O professor deve estimular no aluno uma auto-perceção de competência, porque ajuda o aluno a querer resolver os problemas. É necessária a organização das atividades, numa perspetiva sequencial, respeitando a estrutura cognitiva dos alunos. Deve partir-se do simples para o complexo, do concreto para o abstrato. O recurso a estratégias diferenciadoras de aprendizagem é fundamental, porque as turmas são muito diferentes e os próprios alunos inseridos numa mesma turma revelam atitudes diferenciadoras ao nível do desenvolvimento cognitivo. No entanto, o professor não se pode esquecer que é para o aluno um modelo, um ponto de referência essencialmente nas atitudes, pois o professor comunica atitudes. O investimento emocional na relação com o aluno dará, decerto, os seus frutos quanto à aquisição de conhecimentos. E isto comprova-se na prática, quando sentimos que os alunos nos procuram, não só para esclarecer dúvidas sobre os conteúdos lecionados, mas também para nos solicitar apoio e reflexão sobre as suas inquietudes. Ainda considero que a avaliação deverá olhar o aluno inserido num contexto e não em função de referenciais abstratos, assim como para além dos produtos e das capacidades, incidindo fundamentalmente nos processos e na estratégia utilizada, ou seja na forma como se realizou essa aprendizagem, contribuindo para uma atitude positiva, onde se evita a comparação e se valoriza o sucesso diferenciado. O aluno e o educador constroem-se e transformam-se mutuamente, procurando-se um no outro, é esta a base da relação educativa. Considero que o professor é um reforçador em potência, é o “orquestrador” da aula. Mas a sua “orquestra” só funciona harmoniosamente se aos seus músicos for permitido sentir, criar e caminhar com a sua obra.
Nota:
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