Bicho perigoso, o senso comum!
Quando abordamos o tema de formação online, uma infinidade de assuntos emergem e carecem de particular atenção para que sejam devidamente compreendidos e não apreendidos pela superficialidade muitas vezes agarrados ao tema.
Em primeiro lugar exige dissipar os falsos conceitos que o senso comum incute a todo o tipo de formação ou educação que utiliza o canal digital como principal meio de disseminação de conhecimento.
Lembre-mo nos que senso comum é a primeira impressão de um determinado tema comummente associado a estereótipos e pré conceitos. O conhecimento autêntico sobre um determinado tema por sua vez exige investigação, lucidez, aprofundamento e espírito científico.
O senso comum assume uma posição desprestigiante e desconfiada sobre toda a educação e formação online. Tal posição é fruto da ignorância das mais recentes descobertas científicas sobre o tema ou devido a experiências negativas neste tipo de ensino.
Neste pequeno texto não será possível englobar os principais pressupostos dessas descobertas científicas mas em futuros textos neste blogue irei desenvolver de forma mais abrangente esse tema.
Os Mitos!
Chamo a atenção para uma descoberta em particular: a relação de desconfiança para com a vida digital prende-se com factores de ordem emotiva devido a uma visão romântica que as pessoas desenvolvem sobre a relação presencial com outros seres humanos. Ora, isso é um mito!
De seguida, sabemos que existe boa e má educação-formação dentro e fora da vida digital. Uma boa formação depende de diversas variáveis:
– A pertinência do agrupamento dos diferentes conteúdos de uma formação
– A estrutura da cronologia e a pertinência da sua linha sequencial
– A capacidade profissional e humana do professor
– A motivação e a base cognitiva de onde parte o estudante
– O grau de resiliência com que cada membro do percurso educativo encara os obstáculos
– O grau de partilha de dúvidas, de capacidade de reflexão do aluno
– As directrizes dos órgãos centrais
E ainda poderíamos enumerar outras variáveis que influem no percurso educativo e no processo de aquisição de conhecimentos.
Ou seja, o que eu quero reforçar é que quer em situações de formação online ou extra line, estas variáveis continuam a existir e é delas que depende o sucesso ou o fracasso.

A revolução da plataforma moodle e a pedagogia da formação online!
Outro ponto relevante a focar que a maioria desconhece é que a inovadora plataforma moodle transformou de forma revolucionária o que poderíamos designar por formação a distância. Há muito tempo que a formação a distância deixou de ser um mero e unilateral envio de informação. Esta plataforma é muito flexível, especificamente dirigida à aprendizagem e permite um dinamismo e interactividade, sem precedentes.
Fortemente promotor da construção de aprendizagem colaborativa, a plataforma moodle encontra-se em perfeita sintonia com o modo como os pedagogos da actualidade defendem que a aprendizagem se constrói. Desta feita, podemos inferir que, na realidade, a aprendizagem em plataforma moodle reúne melhores condições a uma coesa construção de conhecimentos comparativamente às salas tradicionais de ensino.
Alerto, contudo, que a aposta na plataforma moodle não assume carácter obrigatório, o que quer dizer que muitas entidades formadores poderão não apostar nesta ferramenta e a partir daí transmitir uma imagem mais rudimentar do que é a formação online. E vou mais longe ainda, mesmo as entidades formadoras que apostam na plataforma moodle poderão não se encontrar no momento a usufruir de todas as potencialidades da ferramenta e isso poderá estar a associado a alguns factores que passo a enumerar:
– Montagem técnica insuficiente
– Formadores ou professores não habilitados ao uso correto deste tipo de plataforma quer tecnicamente, quer pedagogicamente
– Falta de boa interligação entre técnico e formador
Das variáveis acima referidas, aquela que poderá ter mais responsabilidade pela céptica visão que incide na formação online, poderá ser a falta de conhecimento do professor ou formador das pedagogias específicas da formação online. Assistimos, numa proporção desmedida a uma colocação de outros especialistas na área da formação online como se esta área fosse “um caixote do lixo“ das outras áreas, como se nada existisse a aprender sobre a pedagogia da formação online. Pois bem, meus caros, utilizadores de blogs, um professor convencional poderá não estar habilitado ao ensino da formação online um formador convencional poderá não se encontrar preparado ao ensino da formação online, perdoem-me a expressão, mas “cada macaco no seu galho” ou então, cada macaco que se prepare para saltar para galhos alheios.
Há ainda que lutar ainda contra o elitismo social que continua a prevalecer em sociedade e que rotula os alunos pela posição mais ou menos prestigiante da escola que frequenta, da família que possui e o mais incrível é que todos numa neurose colectiva insistem em confundir a fama e o prestígio social com qualidade. Isso não quer dizer o que esses elementos se encontrem sempre afastados, quer apenas dizer que fama e prestígio social não são sinónimos de qualidade mas isso levar-nos-ia a um debate sobre o conceito de qualidade e que ficará para um outro dia.
Neste momento, o leitor, já se encontra na posse de conhecimentos mínimos que lhe permitem entender em que consiste ou pelo menos o que implica a formação online.
Abordarei as questões mais profundas das descobertas científicas em formação online em próximos textos meus neste mesmo blog.
Até breve!
*aproveito para realçar o trabalho dignificador que a Universidade Aberta tem prestado ao ensino e-learning

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