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Mulheres nos desportos motorizados: será que elas não sabem mesmo conduzir?

Será que elas já sabem conduzir? Ou as rodas para elas são outras?

(não, não vamos falar das meninas que entregam os prémios)

Mulheres nos Desportos Motorizados ainda é raro encontrar e a maioria de nós, mesmo mulheres, só se lembra vagamente da Elisabete Jacinto. Menos ainda nos lembramos em que categoria corre, aliás, conduz, e que prémios trouxe ela para certificar que o sexo supostamente fraco também dá cartas ao volante.

Pois, desde já, adianto que Elisabete Jacinto conseguiu o 3º Lugar no Africa Eco Race 2013 ao volante de um camião MAN TGS 480. Faço lá eu ideia do que isso é! Imagino que vocês também não, mas a ralidade é que é top 3 a conduzir um camião em África.

Mas na realidade, esta reduzida presença feminina é geral nas competições desportivas. Apesar da primeira mulher a competir ter dado prova de coragem em 1770, só nas Olimpíadas de Londres em 2012 é que se verificou a representação feminina em todas as modalidades.

Mas no que se refere às mulheres no desporto motorizado, vamos passar por algumas das mais reconhecidas. As que lerem este artigo e quiserem “vir dar o nome”, please do! Queremos alargar o leque de mulheres nos desportos motorizados, queremos alargar a consciência da sociedade para a nossa presença sobre rodas.

Memorize estes nomes: Inessa Tushkanova, Molly Taylor, Natacha Gachnang, Susie Wolff.

O Rally ganhou velocidade com Inessa Tushkanova e Molly Taylor. O Le Mans Series Europeu tem na competição Natacha Gachnang. E até a Fórmula 1 nos apresenta Susie Wolff.

Mas se pensa que é moda recente, está enganada/o.

Pat Moss-Carlsson e Michéle Mouton foram duas das mais bem sucedidas mulheres nos ralis internacionais. Pat foi campeã europeia cinco vezes (1958, 1960, 1962, 1964 e 1965) e Michéle Mouton é o que se sabe.

Michéle Mouton foi a primeira, e até hoje, única mulher a vencer uma etapa do Campeonato Mundial de Rali (WRC), em 1981.

Retomando a nossa condutora/piloto Elisabte Jacinto, sabia que ela começou nas motos?

Verdade, as mulheres nos desportos motorizados também são versáteis. A estreia foi em 1992 como piloto de todo-o-terreno de motos. Nesse mesmo ano participou em várias provas e em 1993 vence a Taça de Senhoras do Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno. Até 1997 mantém-se nas categorias inferiores a 400cc. Em 1998 estreia-se ao volante duma Suzuki DR 650.

Em 2000 assistimos à vitória da sua carreira: concluir o rali Dakar-Cairo, (cuja equipa integrava o piloto Mário Brás) numa KTM Rallye. Mas depressa chega aos automóveis todo-o-terreno, no mesmo ano.

E em 2002 é quando decide iniciar-se na condução de Todo-o-Terreno em camiões.

Até hoje é o que se sabe! Um verdadeiro motivo de orgulho para todas nós.

Gosta de duas rodas? Prefere as 4 rodas?O seu motor é outro?

Seja como for, é motivo de felicitação!

Somos poucas e o Desporto Motorizado precisa de mais mulheres, não só para nos afirmarmos como excelentes condutoras/pilotos, como para animar as classificações. Sim, porque mulher quando se mete em aventuras é para vencer!

Espero ver muitas mais senhoras ao volante!