A utilização de amianto em diversas escolas nacionais é um assunto que está na ordem do dia. Escolas, jardins-de-infância e diversos edifícios públicos contêm este material na sua construção, representando um perigo para a saúde pública de quem trabalha diariamente sob placas que contém esta fibra.
Devido ao seu baixo custo e à sua abundância, até ao final da década de 90 o amianto foi muito utilizado na construção civil e quase todos nós já estivemos em contacto com o mesmo, mas não nos podemos esquecer que cada pessoa reage de forma diferente à exposição com materiais perigosos. Este pode ser inofensivo se os edifícios que o utilizaram na sua construção estiverem em bom estado de conservação e não libertarem partículas de pó.
Um comum mortal que permaneça durante umas horas junto de um edifício que liberta partículas de amianto, tem mais probabilidades de morrer ao ser atingido por um raio, do que devido à inalação destas fibras. E porquê? Está comprovado que a maior parte dos cidadãos que manifestam doenças derivadas do amianto têm 65 ou mais anos e que passaram quase toda a sua vida expostos a este material.
O perigo mora ao lado e esta inofensiva fibra pode revelar-se potencialmente perigosa para pessoas que convivam com ela durante anos, dia após dia.
Afinal o que é o amianto?
O amianto é uma fibra composta por sais minerais metamórficos. As fibras são muito finas e longas, o que faz com que dificilmente se separem umas das outras. Estas têm tendência a produzir um pó com partículas de dimensão reduzida, que circula no ar e aderem à roupa.
Quando este pó é inalado, torna-se um perigo para a saúde pública, provocando graves doenças que podem levar à morte.
Este material é extraído em algumas rochas e foi utilizado intensivamente na construção civil, por possuir uma elevada flexibilidade e ser resistente às altas temperaturas.
Desde 2007 que as Direções Regionais de Educação procedem a um levantamento das escolas que podem conter este material e chegaram à conclusão que 59 por cento das instituições de ensino analisadas contêm chapas de fibrocimento, com amianto na sua composição.
Amianto representa um perigo para a saúde pública
O amianto constitui-se como uma matéria altamente perigosa, devido ao pó que as suas fibras libertam e o qual se pode alojar nos pulmões, onde permanece por muito tempo. Claro que o nosso organismo vai tentar ativar mecanismos de defesa para as eliminar, mas o nosso sistema imunitário mostra-se incapaz de expulsar essas fibras, que após longas temporadas nos pulmões, acabam por provocar doenças cancerígenas.
Uma fibra fatal para os humanos
Entre os anos de 2007 e 2012 morreram no território luso cerca de 230 pessoas vítimas de doenças provocadas pelo amianto. Em média, 36 pessoas perderam a vida anualmente, porque lhe foi diagnosticado mesotelioma, um tipo de cancro raro e que está associado à inalação do pó produzido por este material.
Apesar de estes números mostrarem uma triste realidade, Portugal encontra-se muita abaixo da média global. O topo da lista é liderado pelo Reino Unido, onde no mesmo período temporal perderam a vida mais de 2280 pessoas.
A Organização das Nações Unidas já emitiu vários alertas a nível mundial sobre a utilização de amianto na construção civil e lembrou que esta fibra é responsável pela morte de cem mil pessoas anualmente, em todo o mundo.

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